Para a maior parte do mundo, estamos em 2025. No entanto, na Etiópia, o calendário oficial ainda marca o ano de 2017. Essa diferença de oito anos não é um erro ou um atraso, mas sim o reflexo de um sistema de contagem do tempo baseado em tradições milenares.
Enquanto o calendário gregoriano, utilizado pela maioria dos países, segue um ciclo de 12 meses com durações variadas, o calendário etíope possui 13 meses.
Os 12 primeiros meses têm 30 dias cada, e o último, chamado Pagumê, conta com apenas cinco ou seis dias, dependendo do ano bissexto.
O que explica essa diferença de calendário?

O principal motivo para essa defasagem de oito anos está na datação do nascimento de Jesus Cristo. No calendário etíope, esse evento foi calculado de maneira diferente em relação ao calendário gregoriano, resultando em uma cronologia distinta.
Além disso, o sistema etíope tem fortes influências da Igreja Ortodoxa Etíope, que preserva tradições culturais e religiosas muito antigas.
O país também celebra seu Ano Novo, conhecido como Enkutatash, em setembro, diferentemente do resto do mundo.
Outros países com calendários diferentes
A Etiópia não é o único país que segue um calendário distinto. O Irã e o Afeganistão, por exemplo, utilizam o calendário persa, que tem um sistema de meses e anos diferente do ocidental. Já a Coreia do Norte adota o calendário Juche, que tem como ponto de partida o nascimento de Kim Il-sung, líder fundador do país.
Além desses, a Tailândia segue o calendário budista, que tem como ano zero o falecimento de Buda. Isso significa que, enquanto o mundo ocidental está em 2025, os tailandeses consideram que estão no ano 2568. Esse mesmo sistema é adotado em países como Sri Lanka, Camboja e Laos, reforçando a influência das tradições religiosas na forma como o tempo é contado.
Por último, na Arábia Saudita, até recentemente, o calendário islâmico era usado oficialmente para todas as atividades do governo. Esse calendário, baseado nos ciclos lunares, tem cerca de 11 dias a menos que o gregoriano, o que faz com que o ano islâmico seja mais curto.
Embora o país tenha adotado o calendário ocidental para questões trabalhistas e econômicas, festividades religiosas e eventos importantes ainda seguem a contagem islâmica.