Celulares proibidos nas escolas: o que acontece com quem desobedecer as regras?

Entenda o que pode acontecer com alunos que utilizarem celulares na aula, agora que o governo estabeleceu a proibição dos aparelhos via nova lei.



Em janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
sancionou uma lei que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas
em todo o Brasil.

De acordo com o governo, medida, instituída através do
então PL 4.932/2024, visa melhorar o ambiente educacional e promover a
interação social entre os estudantes.

Contudo, vale citar, de antemão, que a nova lei
aprovada não proíbe a entrada de celulares nas escolas, apenas o seu uso.
Ademais, em algumas situações específicas os dispositivos podem ser consultados
nas dependências das instituições educacionais.

O que motivou a decisão?

A decisão de proibir o uso de celulares nas escolas
brasileiras acompanha uma tendência global. Países como França, Espanha e
Grécia já implementaram medidas semelhantes para reduzir distrações em sala de
aula e promover o bem-estar dos alunos.

No Brasil, a preocupação com o uso excessivo de dispositivos móveis por crianças e adolescentes tem crescido. Estudos indicam
que 80% dos alunos brasileiros de 15 anos relataram distrações causadas pelo
uso de celulares durante as aulas de matemática.

Exceções à regra

Conforme citado acima, a lei permite o uso de
dispositivos eletrônicos em situações específicas, como atividades pedagógicas
orientadas por professores e casos que garantam acessibilidade a estudantes com
necessidades especiais.

Além disso, o uso é permitido em situações de
emergência, garantindo a comunicação necessária em momentos críticos.

Quem insistir em usar o celular durante a aula pode ter o aparelho recolhido – Imagem: Getty Images/reprodução

Consequências para quem descumprir as
regras

As consequências para alunos que utilizarem celulares
de forma inadequada variam conforme as diretrizes estabelecidas por cada
instituição de ensino, em conformidade com a nova lei.

Por exemplo, no estado de São Paulo, as medidas
listadas a seguir podem ser adotadas.

1. Recolhimento do dispositivo

O professor tem autoridade para recolher o celular e
comunicar à gestão escolar ou o Profissional Orientador de Classe (POC).

Nesses casos, o aluno assina um documento sobre as
condições do aparelho, e a ocorrência é registrada no aplicativo Conviva SP. O
aparelho é devolvido ao estudante no final do período de aula.

2. Reincidência

Em caso de repetição da infração, o aluno é
encaminhado para uma conversa com a direção da escola. Persistindo o
comportamento, os pais ou responsáveis são convocados para uma reunião.

3. Ações adicionais

Se os responsáveis não comparecerem à reunião sem
justificativa, o Conselho Tutelar pode ser acionado.

Em casos extremos de descumprimento contínuo, a escola
pode envolver a Rede Protetiva, que inclui órgãos como o Centro de Atenção
Psicossocial (CAPS) e Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Implementação nas escolas

As escolas devem criar espaços seguros, como armários
ou caixas especialmente armazenadas, para que os alunos que optarem por levar o
celular possam armazenar o aparelho durante o período das aulas.

Em paralelo, é fundamental que as instituições
desenvolvam campanhas educativas e ações de conscientização sobre o uso
responsável de dispositivos eletrônicos, oferecendo suporte psicossocial aos
alunos que enfrentam dependência tecnológica.

Ainda segundo o governo, a proibição do uso de
celulares nas escolas brasileiras representa um esforço significativo para
melhorar a qualidade do ensino e promover o bem-estar dos estudantes, não uma
medida arbitrária e “ditatorial”.

Ao compreender as consequências do uso indevido desses
dispositivos, alunos, pais e educadores podem colaborar para criar um ambiente
escolar mais produtivo e saudável.

* Com informações da CNN Brasil e do UOL.




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