A busca por padrões estéticos nos animais de estimação levou, por muito tempo, à realização de procedimentos cirúrgicos sem necessidade médica. No entanto, para proteger o bem-estar dos cães, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) proibiu diversas dessas práticas no Brasil. Entre elas, estão a caudectomia, que consiste na amputação do rabo, e a conchectomia, que altera o formato das orelhas.
Embora tenham sido comuns no passado, essas intervenções foram vetadas por não oferecerem benefícios à saúde e por causarem riscos ao animal.
Além de serem consideradas mutilações, essas práticas podem ser classificadas como maus-tratos, sujeitando tutores e profissionais envolvidos a penalizações legais. O objetivo da regulamentação é garantir que os cães não sejam submetidos a procedimentos invasivos apenas por estética.
Cirurgias estéticas são proibidas em cães

Entre os procedimentos vetados no Brasil, alguns eram realizados apenas para modificar a aparência dos cães. A caudectomia, por exemplo, consiste na amputação da cauda e já foi comum em algumas raças. Outra prática proibida é a conchectomia, que envolve o corte das orelhas para que fiquem eretas, algo frequentemente feito em dobermans.
Além dessas cirurgias, a cordectomia também está na lista de restrições, pois remove as cordas vocais para reduzir latidos. Já a onicectomia, mais comum em gatos, retira as garras dos animais e pode comprometer sua locomoção. Essas intervenções não são justificadas do ponto de vista veterinário e, por isso, foram classificadas como mutilações.
A legislação permite exceções apenas quando há necessidade médica, como em casos de infecção grave ou traumas. Nesses contextos, a cirurgia deve ser indicada por um veterinário e realizada de forma responsável. Fora dessas situações, submeter um animal a esses procedimentos pode levar a sanções legais.
Impactos dessas cirurgias na saúde dos cães
Além de causar dor e desconforto imediato, essas cirurgias podem gerar complicações a longo prazo. A remoção da cauda, por exemplo, pode prejudicar o equilíbrio do animal e comprometer sua comunicação com outros cães. Já a alteração das orelhas pode aumentar o risco de infecções, uma vez que a estrutura natural do ouvido auxilia na proteção contra agentes externos.
A retirada das cordas vocais, além de ser uma agressão severa ao animal, interfere diretamente em seu comportamento e pode levá-lo a desenvolver quadros de estresse e ansiedade. A mutilação das garras, por sua vez, compromete a locomoção do cão, causando problemas na coluna e nas articulações.
Portanto, submeter um cachorro a uma cirurgia apenas por questões estéticas não é apenas desnecessário, mas também prejudicial. Esses procedimentos afetam diretamente a qualidade de vida do pet e, por isso, são combatidos por órgãos veterinários e ativistas de proteção animal.