Em um mercado repleto de opções, a eficácia dos medicamentos genéricos em comparação aos originais levanta questões. Muitos consumidores ainda se perguntam se essas alternativas mais baratas são tão eficazes quanto os remédios de referência.
A resposta dos especialistas é clara: a diferença entre os produtos é uma questão mercadológica, não de eficácia.
Para entender como um medicamento surge, é preciso considerar o extenso processo de desenvolvimento que envolve rigorosos testes. Inicialmente, há uma fase pré-clínica, onde a eficácia e segurança são testadas em animais.
Somente após comprovados, os estudos avançam para testes em humanos.
Como um medicamento é criado?
O desenvolvimento de um medicamento passa por diversas etapas. Na fase clínica, são realizadas várias fases de testes em humanos, com diferentes níveis de complexidade.
Inicialmente, poucos voluntários saudáveis avaliam a segurança do fármaco. Essa etapa preliminar é rápida, durando alguns meses.
Em seguida, as fórmulas que se mostram seguras passam para uma fase mais criteriosa, com centenas de participantes.
Aqui, avaliam-se a dosagem e a eficácia, além de desenvolver-se a bula do medicamento. Este processo pode levar até quatro anos.
Origem e exclusividade
Após todas essas etapas, surge o medicamento de referência, que é lançado com exclusividade comercial por até 20 anos. Durante esse período, a fórmula é patenteada, elevando o custo do produto.
Entretanto, ao fim desse prazo, a fórmula se torna pública, permitindo a produção de genéricos.
Introdução dos genéricos no mercado
Os genéricos, que devem ser 35% mais baratos que os originais, passam por rigorosos testes de equivalência para garantir sua eficácia e segurança. Eles devem ter a mesma composição e forma de uso do medicamento de referência.
A variação de eficácia não pode ultrapassar 20% em relação ao original.
Testes e aprovação
Para serem aprovados, os genéricos são testados em humanos, garantindo que sua absorção e eliminação sejam semelhantes às do original.
Apenas após essa comprovação, recebem autorização para serem comercializados com a tarja amarela e o símbolo “G”.
Medicamentos similares
Os similares, por sua vez, também são cópias das fórmulas originais, mas permitem algumas alterações, como o formato do medicamento. Embora tenham o mesmo princípio ativo, não podem ser intercambiáveis com os genéricos sem risco de diferença nos efeitos.
Tanto genéricos quanto similares oferecem segurança e eficácia comparáveis ao medicamento de referência, com algumas vantagens para os primeiros. Assim, os pacientes têm a liberdade de substituir o remédio original por genéricos ou similares, desde que respeitem as orientações médicas específicas.