Na última edição do Enem, apenas 12 estudantes conquistaram a nota mil na redação — uma queda expressiva em relação a 2023, quando 60 candidatos alcançaram a pontuação máxima.
O número chamou a atenção e levantou dúvidas: houve alguma mudança na correção?
A resposta está mais no comportamento da banca do que nas regras em si. As cinco competências avaliadas continuam as mesmas, incluindo domínio da norma-padrão, estrutura do texto, repertório, coesão e proposta de intervenção.
O que mudou, segundo profissionais da área de ensino, foi o olhar mais criterioso sobre a originalidade dos textos.
Regras não mudaram, mas correção do Enem fica mais rígida

O que se percebeu em 2024 foi um maior rigor na análise de redações que seguem fórmulas decoradas. Aquelas construções que circulam em apostilas e vídeos na internet — muitas vezes iniciando com a Constituição Federal e terminando com propostas genéricas — passaram a receber descontos significativos.
Esse tipo de redação, embora tecnicamente correta, revela pouca autoria. Em muitos casos, a argumentação soa previsível, com repertórios desconectados do tema e frases feitas encaixadas de forma automática. Com mais preparo, os corretores passaram a identificar com facilidade esse padrão e a penalizá-lo com reduções que podem chegar a 80 pontos.
A orientação é clara: a banca quer candidatos que pensem por conta própria, com argumentos bem desenvolvidos e repertórios pertinentes. Não basta repetir uma fórmula, é preciso construir uma reflexão alinhada ao tema proposto.
O que considerar na preparação para 2025?
Para quem vai fazer a prova este ano, vale investir em repertórios que realmente façam sentido no contexto do texto. Mais do que citar um pensador ou um dado conhecido, é importante mostrar como aquela referência ajuda a defender a tese.
O ideal é entender o conceito por trás da citação e conseguir explicá-lo com clareza. Parafrasear, interpretar ou contextualizar já são formas válidas de usar o repertório — desde que estejam bem articuladas com o desenvolvimento do texto.
Por fim, criar estruturas próprias, fugir de modelos prontos e manter uma rotina de leitura são atitudes que fazem diferença. Estudar temas atuais, com potencial para aparecer na proposta de redação, continua sendo uma das estratégias mais eficazes para quem busca uma boa nota.
*Com informações de Guia do Estudante.