Na sexta-feira,3, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o programa Renda Brasil terá valor maior do que o pago atualmente aos beneficiários do Bolsa Família. A previsão é que o benefício seja lançado em setembro ou outubro e irá reunir outros programas sociais, além de substituir o Auxílio Emergencial de R$ 600.
Durante reunião com empresários, transmitida ao vivo, Guedes afirmou que”Da mesma forma que o Bolsa Família foi uma junção de dois ou três programas sociais e aquilo foi focalizado para chegar aos mais pobres, nós vamos fazer o mesmo movimento agora: juntar o Bolsa Família com dois ou três programas sociais também, mais focalizados, e vamos lançar o Renda Brasil, que deve ser um valor mais alto que o Bolsa Família.”
Atualmente, o valor médio pago no Bolsa Família é de cerca de R$ 190 por família. O governo federal prevê com o Renda Brasil aumentar esse valor e também ampliar o número de pessoas assistidas. A base de dados do Auxílio Emergencial deve ser aproveitada para contemplar trabalhadores informais de baixa renda.
O plano é rever benefícios considerados pouco eficientes pelo governo, como o abono salarial PIS/Pasep, que custa cerca de R$ 20 bilhões anualmente aos cofres públicos. Durante as discussões sobre a reforma da Previdência, a equipe econômica tentou diminuir a abrangência do abono, porém a proposta não passou no Congresso.
Tentativa de marca social do governo Bolsonaro
Reestruturar os programas de assistência social é um esforço do governo de Jair Bolsonaro de criar uma marca social. O Bolsa Família foi criado na gestão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Antes da pandemia, a equipe de Guedes já analisava uma reformulação dos programas, mas teve que acelerar as propostas por causa da crise.
Além do Renda Brasil, o governo de Bolsonaro também busca desenvolver o programa Carteira Verde-Amarela para estimular e empregabilidade e a formação de trabalhadores, aproveitando para atingir também quem recebe o Auxílio Emergencial.
De acordo com Guedes, “Nós agora vamos dignificar esse trabalho. Achamos que uma pessoa que possa ganhar R$ 500, R$ 600, R$ 700 trabalhando, em vez de simplesmente recorrer a R$ 200 do Bolsa Família, ou um pouco mais do Renda Brasil, nós queremos dignificar essa atividade”, afirmou em reunião.
Lembrando que na semana passada, o auxílio foi prorrogado por meio de decreto em mais duas parcelas que devem começar a ser pagas em julho e agosto.
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