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Auxílio emergencial em 2021? Avanço da Covid-19 pressiona equipe econômica para novos pagamentos

Governo rejeita uma prorrogação do auxílio emergencial, mas integrantes do Ministério da Economia já falam sobre uma ajuda financeira em 2021.



Membros do Ministério da Economia estão levantando a possibilidade de um novo suporte financeiro do governo federal para trabalhadores informais afetados pela pandemia de coronavírus, que vem se agravando em 2021, afirmaram fontes ligadas ao tema.

Muitos já acreditam que o aumento dos gastos públicos para enfrentar a crise sanitária é uma alternativa inevitável, uma vez que a segunda onda da doença parece estar tomando conta do Brasil. As fontes preferiram falar sob condição de anonimato, já que, segundo elas, as discussões ainda são secretas.

Segundo essas pessoas, a popularidade do presidente Jair Bolsonaro vem caindo desde o fim dos pagamentos do auxílio emergencial em dezembro. Esse seria mais um motivo para aumentar a pressão sobre a equipe econômica, disseram.

Considerando o custo gigantesco do programa para os cofres públicos, quase não há margem para novos gastos neste ano. A dívida pública já alcança 90% do PIB e o déficit fiscal atinge R$ 832 bilhões, nível recorde, segundo dados da pasta.

De olho nessa situação, os investidores têm preferido adquirir títulos de curto prazo, o que dificultou ainda mais a rolagem da dívida do Tesouro.

Promessas

O ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu recentemente que o governo vai retomar a agenda de reformas do país, começando pelas reformas tributária e fiscal. Além disso, Guedes garantiu que o país respeitará a regra do teto de gastos, e pediu um voto de confiança ao mercado.

No entanto, o ministrou ponderou que uma segunda onda de Covid-19 poderia alterar todos esses planos.

Para rejeitar novas dívidas, o Ministério argumenta que a economia brasileira está registrando uma retomada forma de V e que medidas como prorrogar o auxílio emergencial ainda não são necessárias, já que não há mais empecilhos para que os trabalhadores obtenham renda.

Mudança de percepção

Mas a visão tem mudado aos poucos, especialmente após o surto da doença em Manaus (AM) que deixou diversas vítimas da doença sem leitos e oxigênio, afirmaram as fontes.

Somado a isso, a recuperação econômica vista no quarto trimestre deve desacelerar no início de 2021, avaliou Adriana Dupita, economista para a América Latina da Bloomberg Economics.

Em 2020, o aumento de gastos e abandono da sustentabilidade fiscal foram amparados por uma cláusula que instaurava o estado de calamidade pública.

A princípio, a expectativa é de que o governo tome medidas como adiar o pagamento de impostos e antecipar o pagamento de benefícios sociais. Contudo, se a crise continuar, é possível que medidas mais drásticas precisem ser tomadas.

A Covid-19 já matou mais de 210 mil pessoas no Brasil, com média móvel de sete dias de cerca de 1.000 mortes diárias, de acordo com informações do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O programa de vacinação adotado no país ainda é lento, o que obscurece as perspectivas para o futuro.

Leia mais: “Se pagar R$ 5 mil, ninguém trabalha”, diz Bolsonaro sobre auxílio emergencial




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