O salário mínimo é um dos assuntos mais comentados dos últimos meses, especialmente com a proximidade de um novo ano. Por lei, o governo federal precisa reajustar seu valor anualmente com base na inflação medida nos doze meses anteriores.
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Essa quantia serve de referência para a remuneração de milhões de trabalhadores, já que esse é o mínimo que um empregador pode pagar a um funcionário com a carteira assinada. Ela também afeta uma série de outros programas e benefícios, como aposentadorias, seguro-desemprego e abono PIS/Pasep.
Em 2022, o salário mínimo está fixado em R$ 1.212. Para o próximo ano, o que não falta são previsões de quanto será o novo piso nacional dos brasileiros.
Bolsonaro anuncia reajuste
A proposta de Orçamento enviada por Jair Bolsonaro ao Congresso em agosto prevê um reajuste de 7,41%, com base na inflação esperada. Como houve queda na previsão de alta dos preços, o presidente publicou nesta semana uma medida provisória que reajusta o salário mínimo para R$ 1.302 em 2023.
O patamar agora corresponde a um ganho real de 1,5% e tem como base a nova estimativa para a inflação de 2022, que deve ficar em 5,81%.
Lula quer aumentar ainda mais
A boa notícia é que a equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o governo planeja aumentar ainda mais o mínimo no próximo ano. O compromisso é elevar o valor de R$ 1.212 para cerca de R$ 1.320, acréscimo de R$ 18 em relação à proposta de Bolsonaro.
Para isso, Lula terá que conseguir a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição, a PEC da Transição, já que não há espaço nas contas públicos para incluir mais aumentos no piso. O documento foi aprovado no Senado e aguarda análise da Câmara.
Histórico do piso nacional
Conforme mencionado, a legislação determina um reajuste anual para preservar o poder de compra da população, que é corroído pelo aumento dos preços. Durante os governos petistas, os presidentes adoraram a política de oferecer ganho real ao mínimo, ou seja, corrigi-lo acima da inflação.
Veja abaixo o histórico do salário mínimo nos últimos anos:
- 2008: R$ 380 em janeiro e R$ 415 em março (9,21%);
- 2009: R$ 415 em janeiro e R$ 465 em março (12,05%);
- 2010: R$ 510 (9,68%);
- 2011: R$ 540 em janeiro e R$ 545,00 em março (0,93% e 5,88%);
- 2012: R$ 622 (14,13%);
- 2013: R$ 678 (9%);
- 2014: R$ 724 (6,78%);
- 2015: R$ 788 (8,84%);
- 2016: R$ 880 (11,68%);
- 2017: R$ 937 (6,48%);
- 2018: R$ 954 (1,81%);
- 2019: R$ 998 (4,61%);
- 2020: R$ 1.039 em janeiro e R$ 1.045 em fevereiro (4,11% e 0,58%);
- 2021: R$ 1.100 (5,26%);
- 2022: R$ 1.212 (10,18%).
