Vírus ‘zumbi’ é descoberto no permafrost da Sibéria. Devemos nos preocupar?

Cientistas norte-americanos descobriram alguns vírus novos presos no gelo da Sibéria recentemente. Afinal, eles podem ser uma ameaça?



O degelo do permafrost devido à mudança climática pode expor um vasto estoque de vírus antigos, de acordo com uma equipe de pesquisadores europeus. Eles dizem ter encontrado 13 patógenos anteriormente desconhecidos que estavam presos no solo congelados da vasta região siberiana da Rússia.

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Cientistas descobriram um vírus que eles acreditam estar presente em um lago há mais de 48.500 anos. Eles destacaram que essa pode ser uma nova ameaça potencial. O vírus foi referido por eles como “zumbis”

A mesma equipe de pesquisadores da França, Rússia e Estados Unidos isolou anteriormente o gelo polar e publicou suas descobertas em 2015. Essa alta concentração de vírus surpreendeu muitos especialistas no assunto. O artigo foi publicado anteriormente no site BioRxiv, que é uma plataforma onde muitos cientistas compartilham suas pesquisas antes de serem publicadas em uma revista científica.

Vírus zumbis podem representar  futuras ameaças?

Em entrevista para o The Washington Post, Jean-Michel Claverie, coautor do estudo e professor emérito de virologia da Universidade Aix-Marseille, na França, afirmou: “cada vez que olharmos, encontraremos um vírus novo”.

Embora os animais que eles estudaram fossem prejudiciais apenas aos mamíferos, os pesquisadores alertaram que havia a possibilidade de que outros vírus presos no permafrost por milhões de anos pudessem se espalhar para humanos e outros animais.

Segundo virologistas que não participaram do estudo, a possibilidade de futuras pandemias causadas pelos “vírus siberianos” estão no final da lista de ameaças à saúde pública. A maioria dos vírus novos ou antigos não é perigosa, e aqueles que sobrevivem ao congelamento profundo por milênios não são como as ameaças atuais.

Estudos ainda precisam de aprofundamento

As descobertas feitas pela equipe europeia ainda não foram revisadas pelos pares. No entanto, virologistas independentes afirmaram que seus achados pareciam plausíveis e confiaram nas mesmas técnicas que produziram outros resultados examinados.

De acordo com vários cientistas, vale a pena ficar de olho nos riscos relacionados ao gelo no Ártico.

Paulo Verardi, virologista que chefia o Departamento de Patobiologia e Ciências Veterinárias da Universidade de Connecticut, afirmou: “Na natureza, temos um grande congelador natural, que é o permafrost siberiano”. E isso pode ser um pouco preocupante, especialmente se os microrganismos ficarem presos em animais ou pessoas, disse ele.

Mas ressaltou: “Se você fizer uma avaliação de risco, ele é muito baixo”, acrescentou. “Temos muito mais preocupações do que estamos pensando atualmente”.

Foto: Milan Sommer/Shutterstock




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