A indústria de pneus pode ser a próxima a realizar demissões em massa. Os fabricantes agendaram férias para março e abril e sinalizaram a dispensa de funcionários caso o governo Lula não encerre a desoneração do imposto de importação sobre o produto.
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Em 2021, o ex-presidente Jair Bolsonaro zerou tributo de importação para pneus de caminhões, temendo a ameaça de uma nova greve dos caminhoneiros. Na época, a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) considerou “incompreensível a política de alíquota zero adotada pelo governo brasileiro”.
A decisão fez com que as empresas nacionais perdessem mercado para produtos importados, por isso o plano é ampliar reduções de produção e pessoal. Entretanto, o setor espera uma solução para o impasse na próxima semana, quando a Camex (Câmara de Comércio Exterior) voltará a se reunir.
“Nossa visão hoje é que esse governo é muito mais industrializante, sensível a renda e emprego. Queremos mudar esse horizonte rápido porque não queremos reduzir a produção nem desinvestir no Brasil. A nossa expectativa é positiva e esperamos não precisar seguir nessa rota, que é muito ruim para todos nós”, diz Klaus Curt Müller, presidente-executivo da Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos).
Segundo Márcio Ferreira, presidente do Sintrabor (sindicato dos borracheiros) os cortes estão sendo evitados porque é difícil treinar mão de obra, mas os trabalhadores já temem as demissões.
“A nossa esperança é que, com a reunião do dia 16 na Camex, volte a se cobrar a alíquota de importação de 16%, porque está entrando mais pneu importado do que o nacional que tem no Brasil. As empresas já estão programando férias individuais e coletivas. Emendaram a semana do Carnaval para diminuir a produção nas empresas de pneumáticos”, afirma.