O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quer fazer com que quem não paga imposto no Brasil comece a pagar. Segundo ele, as propostas que vão garantir a mudança serão enviadas ao Congresso Nacional nos próximos meses, começando pelo novo arcabouço fiscal.
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A declaração foi dada durante uma entrevista coletiva para apresentação das novas regras fiscais do governo federal. Segundo Haddad, alguns setores da economia foram beneficiados demais com incentivos tributários ao longo dos últimos anos, mas não ofereceram a contrapartida esperada.
“Nós temos que fazer quem não paga imposto pagar. Nós temos muitos setores que estão demasiadamente favorecidos com regras que foram sendo estabelecidas ao longo das décadas e que não foram revistas por nenhum controle de resultado”, afirmou o ministro.
“Nós vamos, ao longo do ano, já começando na semana seguinte à apresentação do arcabouço, encaminhar ao Parlamento as medidas saneadoras que vão dar consistência para o resultado previsto neste anúncio”, seguiu.
Tapar o buraco
O chefe da pasta da Fazenda pontuou que os setores que recebem esse incentivo excessivo serão revistos para “fechar os ralos daquilo que a gente chama de patrimonialismo brasileiro”. O mesmo vale para os que ainda não estão regulamentados.
“Vamos ter que enfrentar a agenda contra o patrimonialismo e acabar com uma série de abusos que foram cometidos contra o Estado brasileiro, contra a base fiscal do Estado brasileiro ao longo dos anos”, disse.
Haddad afirmou que essas “medidas saneadoras” devem gerar uma economia entre 100 bilhões e 150 bilhões de reais em 2023. Os recursos serão utilizados para cobrir o que chamou de “buraco” deixado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.