A família do empresário que morreu em um acidente de trânsito na BR-101, na Grande Florianópolis (SC), teve o pagamento do seguro negado pela Justiça. A decisão foi confirmada por unanimidade pela 1ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
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O carro esportivo se partiu ao meio na colisão, que teria ocorrido a mais de 180 km/h, segundo a perícia. Pouco antes do acidente, o empresário estaria dirigindo a pelo menos 221 km/h.
A indenização de R$ 1.103.373 em danos materiais foi solicitada pela família do dono do Mercedes-AMG GT C Roadster envolvido na tragédia. A alegação é que a colisão foi causada por ondulações na pista, onde a velocidade máxima permitida é de 80 km/h.
O condutor tinha 51 anos e dirigia sozinho no dia 28 de junho de 2020, quando bateu o veículo e morreu no local. Uma Ford Ranger com dois ocupantes foi atingida, mas o motorista não se machucou e a passageira saiu com ferimentos leves.
Excesso de velocidade
Segundo Rodrigo Malheiros, sócio-proprietário da Marmo & Malheiros, a Justiça entendeu que ao dirigir em velocidade muito acima do permitido, a vítima assumiu um risco desnecessário, o chamado “dolo eventual”.
“O sinistro ocorreu em plena luz do dia, com céu limpo, pista seca e visibilidade ampla, sem cerrações, fumaça ou outras condições desfavoráveis. O pavimento asfáltico, embora antigo, não apresenta deteriorações, apenas um defeito de geometria chamado ‘salto de deflexão’, que pode ter contribuído para a perda do controle do veículo sinistrado e início do processo de derrapagem”, afirma a decisão que negou a indenização do seguro.
“[O carro] alterou a trajetória para a esquerda e, ao manobrar abruptamente para a direita, perdeu o controle de direção, iniciando processo de derrapagem, colidindo lateralmente com uma caminhonete que transitava pela faixa de rolamento ao lado, no mesmo sentido da via, posteriormente, com uma caixa de alvenaria para medidor de energia e, por fim, contra um poste, quando o veículo se partiu em dois”, informa a perícia.
O modelo Mercedes envolvido no ocorrido vai de zero a 100 km/h em apenas 3,7 segundos, podendo chegar a 316 km/h. Na época do acidente, o motorista já possuía 21 autuações por excesso de velocidade, segundo o portal UOL.