Você sabia que ficar na beira do fogão pode ser pior do que fumar por tabela? Um novo estudo realizado por pesquisadores de Stanford (EUA) revelou que os fogões a gás liberam quantidades preocupantes de benzeno, uma substância química associada à leucemia e outros tipos de câncer de células sanguíneas.
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Os perigos ocultos: benzeno liberado pelos fogões a gás
Publicado recentemente na renomada revista Environmental Science & Technology, o artigo científico destaca descobertas alarmantes. O benzeno liberado pelos fogões a gás dentro das residências pode atingir concentrações ainda maiores do que aquelas encontradas no fumo passivo, quando você fuma por tabela.
Fogões de indução e elétricos são opções
De acordo com especialistas, o benzeno é uma substância mais potente do que a maioria dos outros carcinógenos, mesmo em níveis de exposição mais baixos. Isso significa que a exposição constante a essa substância pode representar riscos significativos para a saúde pública.
No entanto, há esperança! O estudo também revelou que os fogões de indução não produzem quantidades mensuráveis de benzeno. Além disso, os fogões elétricos emitem quantidades muito menores dessa substância quando comparados aos fogões a gás.
Apego aos fogões a gás dificulta mudanças
Essas descobertas têm impulsionado os esforços para eliminar gradualmente os fogões a gás das residências e edifícios. Afinal, a saúde pública e o meio ambiente estão em risco devido à contínua resistência da indústria de combustíveis fósseis em adotar energia limpa.
Rob Jackson, professor de Stanford e líder da pesquisa, compartilhou sua experiência pessoal ao se deparar com as concentrações alarmantes de poluentes em sua própria casa. Isso o motivou a se desfazer de seu fogão a gás após testar os métodos do estudo.
A hematologista e oncologista Jan Kirsch, em coletiva de imprensa, ressaltou que o objetivo não é gerar pânico, mas conscientizar sobre os riscos e buscar maneiras de reduzi-los.
Poluição interna de benzeno nas residências
O estudo é pioneiro ao calcular a poluição interna de benzeno causada por fogões a gás. Os pesquisadores analisaram 87 residências na Califórnia e no Colorado, constatando que em cerca de 30% das cozinhas testadas, as emissões de benzeno eram superiores às médias do fumo passivo do tabaco.
Ventilação insuficiente: exaustores nem sempre reduzem a poluição
Surpreendentemente, o benzeno chegava a se espalhar dos ambientes da cozinha para os quartos, onde as concentrações insalubres persistiam por horas, mesmo após desligar o fogão. Em alguns casos, os níveis de benzeno nos quartos eram comparáveis aos eventos de poluição registrados perto de escolas, que resultaram em investigações anteriormente.
A idade ou a marca do fogão não influenciavam significativamente a quantidade de benzeno produzida. Embora uma boa ventilação possa reduzir a exposição, os exaustores nem sempre eram eficazes, pois alguns recirculam o ar em vez de expulsá-lo para o exterior.
Repensar o uso dos fogões a gás para proteção
A mensagem do estudo é clara: é hora de repensar o uso dos fogões a gás e considerar alternativas mais seguras, como os fogões de indução. Além de eliminar o risco de exposição ao benzeno, essas opções também contribuem para a preservação do meio ambiente.