Concurso Correios 2018: Reunião tratará de certame e privatizações

Após o anúncio do fechamento de 513 agências com mais de 5 mil funcionários demitidos, federação convoca sindicalistas para debate.



A crise e as últimas notícias referentes aos Correios mobilizaram federados à nova reunião. Após notícias a respeito do fechamento de 513 agências e a consequente demissão de mais de 5 mil funcionários, a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios convoca para sindicalistas para debate.

A Federação responde aos funcionários dos estados de Minas Gerais, Bahia, Rondônia, Rio de Janeiro, Tocantins e São Paulo (Findect). O edital foi publicado nesta quarta-feira (09) para convocar ao debate acerca de diversos assuntos, entre eles as últimas notícias, privatizações e a realização do Concurso Correios 2018.

Por meio de nota, a Findect comenta ter tomado conhecimento das notícias proferidas pelo ministro das Telecomunicações, Gilberto Kassab, sobre lucro de R$ 667 mi apresentados pela empresa. A informação contradiz os rumores acerca das intenções de fechar agências e demitir funcionários.

Quanto a isso, os Correios afirmam que tratam-se de especulações, na medida em que a intenção real da empresa é a modernização, com o intuito de torná-la mais ágil, sustentável e competitiva.

Pautas da reunião

O 7° Congresso da Findect acontece nos dias 22 e 23 de maio. Entre as pautas levantadas, está a realização do novo certame. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio de Janeiro (Sintect – RJ), Ronaldo Martins, reforçou a necessidade do novo edital em entrevista concedida à Folha Dirigida.

Segundo ele, o déficit de pessoal é considerável, ocasionando a sobrecarga de trabalho e redução da qualidade dos serviços, sem falar no quanto é prejudicial aos trabalhadores. Martins aponta defasagem de, aproximadamente, 20 mil servidores em todo o país.

O problema já é sentido pela população, sob a forma de atraso nas entregas ou, ainda, casos em que estas nem chegam.

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Voltando à justificativa dos Correios, a empresa alega que estudos vêm sendo feitos no sentido de readequar a rede de atendimento. Isso incluiria a rede física de atendimento, além dos canais digitais e outras formas de autosserviços.

O temor é que, entre as estratégias dessa modernização, venha a privatização e fechamento de agências. De acordo com os rumores que a empresa afirma serem especulações, há a intenção de fechar 513 agências em diversos estados brasileiros. Com isso, cerca de 5.300 funcionários seriam desligados.

A medida teria sido proposta em reunião realizada pela diretoria e tratada sob sigilo. Com os fechamentos, os clientes seriam atendidos por franqueados.

Ronaldo Martins lembra que, entre as prováveis agências fechadas, estão aquelas que realizam serviços bancários. Isso porque estão localizadas em municípios que contam com pouco acesso a bancos ou, ainda, estão distantes dos grandes centros.

Ele cita que tais pontos são responsáveis pelo pagamento de trabalhadores rurais, inclusive. Portanto, o fechamento contribuiria para a descaracterização do papel social dos Correios.

Crise dos Correios

Medidas tomadas pela empresa ocasionaram a deflagração de greve no mês de março.

O movimento era contrário às alterações no plano de cargos e salários, além da privatização da estatal, terceirização da área de tratamento, suspensão das férias e extinção do diferencial de mercado. Outros pontos levantados incluíam a redução do salário da área administrativa e o descumprimento à cláusula 28 do ACT, referente à assistência médica.

Outra pauta levantada pelos grevistas foi a realização do novo concurso público. O último certame para carteiro e operador de triagem aconteceu em 2011. A partir daí, diversos pedidos de provimento de vagas foram enviados ao Ministério das Telecomunicações.

Um edital chegou a ser anunciado em 2016, porém, mesmo com projeto básico finalizado, não foi lançado. justificativa foi a determinação do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST) em não ampliar o quadro dos Correios, estipulando o máximo de 118.624 funcionários.




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