Muitos acreditam que azeite é azeite, mas a realidade é mais complexa do que parece. Segundo a FORBES, cerca de 80% do azeite de oliva extra virgem disponível nas prateleiras é falso, contendo misturas de óleo vegetal, soja, palma e canola.
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O chef Alexander Mack, da A.M. Culinária Diversificada, destaca que a proliferação de azeites falsos é impulsionada pelo desejo de lucro. Empresas buscam produzir em massa a preços mais baixos para maximizar os ganhos.
A produção genuína de azeite é mais cara, exigindo tempo e atenção aos detalhes. O método de prensagem a frio de azeitonas, essencial para obter o azeite real, consome mais azeitonas e produz menos óleo.
Máfia italiana
O controle exercido pela máfia italiana na produção de azeite é outro fator significativo. Detentora de um terço dos campos de oliveiras na Itália, a máfia importa azeite de qualidade inferior, rotulando-o como extra virgem. Em 2016, uma força-tarefa italiana confiscou 2.000 toneladas de azeite falso.
Azeite de verdade
O verdadeiro azeite extra virgem é uma gordura líquida comprovadamente benéfica à saúde, associada à redução de riscos de doenças crônicas, combate à inflamação, proteção do colesterol e propriedades anticancerígenas.
Para evitar fraudes, a atenção aos rótulos é crucial. A falta de informações como data do lote, data da garrafa ou data de colheita indica possível falsificação. Além disso, sempre verifique se o rótulo está escrito “Azeite de Oliva Extra Virgem”.
A verificação da acidez gordurosa livre (FFA) também é essencial, sendo que os azeites autênticos devem ter FFA <0,8.
Preço dos azeites nas alturas
Conhecido também como “ouro verde”, o azeite enfrenta uma crescente escassez que está elevando seus preços no mundo todo. A Espanha, principal produtor mundial de azeite, enfrentou uma queda acentuada na produção na safra 2022/2023, caindo para menos da metade do volume anual médio de 1,5 milhão de toneladas.
As condições climáticas adversas, marcadas pela escassez de chuvas, são apontadas como a principal causa desse declínio. A redução na produção, combinada com custos mais elevados devido à menor oferta, teve um impacto significativo nos preços.
O preço do azeite extra virgem no Brasil disparou de cerca de 30 para mais de 50 reais por uma garrafa de 500 ml em um único ano. Há alguns anos, o mesmo azeite de alta qualidade custava pouco mais de 20 reais.
Essa tendência não é exclusiva do Brasil. Grandes produtores como Itália e Grécia também enfrentam aumentos de preços e desafios similares. A situação atingiu níveis inusitados, levando a casos de roubo de azeite, especialmente na Andaluzia, Espanha, onde mais de 80 mil litros foram roubados durante os meses de verão.