A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que o DOC (Documento de Ordem de Crédito), um dos meios mais tradicionais de transferência, está prestes a ser extinto. As funções de emissão e agendamento com a funcionalidade ficarão disponíveis até as 11h do dia 15 de janeiro antes da sua descontinuação total.
Leia mais: Revisão do FGTS pode encarecer a casa própria no Brasil
As transações agendadas seguem até o dia 29 de fevereiro, quando está previsto o encerramento definitivo do sistema. Os bancos terão até a mesma data para processar os agendamentos feitos pelos clientes.
Também será extinta a Transferência Especial de Crédito (TEC), usada exclusivamente por empresas para pagamento de benefícios a trabalhadores. Assim como o DOC, a TEC caiu em desuso desde a implementação do Pix.
O valor máximo das transações via TEC e DOC é de R$ 4.999,99. No primeiro caso, os recursos são transferidos no mesmo dia, mas no segundo, a operação é efetivada um dia depois do recebimento da ordem de transferência. Cada banco possui sua própria tarifa.
Calendário de encerramento
O calendário de extinção das modalidades foi anunciado aos bancos ainda no ano passado. Confira os prazos:
- 15 de janeiro, às 22h: última data para envio ou agendamentos de DOC e TEC, com data de até 29 de fevereiro.
- 29 de fevereiro: prazo final para processamento dos agendamentos enviados pelos clientes aos bancos e data limite para fechamento dos sistemas.
Os bancos Bradesco e a Caixa anunciaram que vão seguir o cronograma divulgado pela Febraban, enquanto Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Santander informaram que já descontinuaram as operações com DOC.
Pix muda o jogo
A chegada de meios de transferência de recursos mais rápidos, sobretudo o Pix, gerou desinteresse dos brasileiros em modalidades de pagamento tarifadas com o DOC, explica Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban. Segundo dados do Banco Central, foram 18,3 milhões de transações via DOC no primeiro semestre de 2023, cerca de 0,05% do total de 37 bilhões de feitas no ano.
A opção perdeu para cheque (125 milhões), TED (448 milhões), boleto (2,09 bilhões), cartão de débito (8,4 bilhões) e cartão de crédito (8,4 bilhões). O Pix foi o grande favorito dos brasileiros, com 17,6 bilhões de operações no ano passado.
“Tanto a TEC quanto o DOC deixaram de ser a primeira opção dos clientes e sua utilização vem caindo continuamente nos últimos anos. Os clientes têm dado preferência ao Pix, por ser gratuito, instantâneo e também pelo valor que pode ser transacionado”, disse Faria.
