A cidade de Almería, localizada no sul da Espanha, abriga uma das maiores áreas de cultivo protegido do mundo. Conhecida como o Mar de Plástico, essa vasta extensão conta com mais de 40 mil hectares de estufas cobertas por plástico.
A produção agrícola intensiva transformou a região em um fornecedor essencial para a Europa. Desde os anos 60, o microclima seco de Almería favoreceu a adoção de estufas para o cultivo de frutas e vegetais.
Com técnicas modernas, produtores aumentaram a produtividade, possibilitando colheitas em épocas não convencionais.
A área se destaca pela exportação de tomates, pepinos e melões, contribuindo significativamente para a economia espanhola. Porém, o crescimento econômico traz repercussões ambientais significativas.
Consequências ambientais
O uso massivo de estufas plásticas gera preocupações ambientais, especialmente porque o descarte inadequado de resíduos desse material e o uso intenso de água esgotam recursos naturais.
Além disso, fertilizantes e pesticidas contaminam o solo e os cursos d’água, e essa transformação do habitat natural em áreas de cultivo levou à diminuição da biodiversidade local.
A alteração do ecossistema resultou na perda de espécies e habitats essenciais em Almería, evidenciando a necessidade da adoção de medidas para reverter essa situação e preservar a natureza.
Impactos sociais e econômicos
O uso excessivo de plástico e práticas agrícolas agressivas geram preocupações sobre a sustentabilidade do modelo. A visibilidade dessa estrutura do espaço ressalta o impacto humano no meio ambiente.
Condições trabalhistas
Além das questões ambientais, o Mar de Plástico em Almería levanta preocupações sociais. Milhares de imigrantes, principalmente da África e do Leste Europeu, trabalham em condições precárias, criando desafios diários como salários baixos e falta de proteção social.
Contribuição econômica
Apesar das dificuldades, a agricultura intensiva é vital para a economia espanhola. A produção anual varia entre 2,5 e 3,5 milhões de toneladas de alimentos, com a maior parte destinada à exportação.
A União Europeia busca regulamentar e melhorar as condições de trabalho na região.
Inovações sustentáveis
Cientistas propõem substituições do plástico convencional por bioplásticos degradáveis na tentativa de mitigar os efeitos negativos do Mar de Plástico. Outra sugestão é a implementação de estufas brancas, que refletem a luz solar e ajudam a resfriar a atmosfera local.
A introdução de técnicas como a agricultura orgânica e a gestão eficiente de água é essencial. A hidropônica, que dispensa o uso de solo, proporciona uma utilização mais sustentável dos recursos.
Essas práticas podem garantir um futuro mais ecológico e produtivo para Almería, evitando mais prejuízos ao meio ambiente e aos trabalhadores da região.