O ano de 2018 acompanha o dilema de vários órgãos – e seus servidores – na solicitação de novas seleções. Um deles é a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios). A situação da empresa é alarmante perante a carência de 20 mil funcionários.
A crise nos Correios já é velha conhecida, tanto entre concurseiros como na comunidade em geral. O déficit de mão de obra já afeta a qualidade dos serviços prestados, acarretando atraso nas entregas de correspondências e encomendas.
Apostilas preparatórias: Agente dos Correios e Comum aos Cargos de Nível Médio e Superior
No primeiro trimestre deste ano, servidores dos Correios deflagaram greve por tempo indeterminado. A categoria decidiu parar suas atividades em todo o país após mobilização ser aprovada em assembleias dos sindicatos filiados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT).
Entre as reivindicações estavam a reposição de pessoal por meio de concurso público, além de apelos contra a terceirização na área de tratamento, as alterações no Plano de Cargos e Salários, suspensão das férias, privatização, redução do salário da área administrativa e extinção do diferencial de mercado.
Em números, o quadro caiu de 125,4 mil empregados registrados em 2013 para 106 mil. Na época da paralisação, o sindicato apontou ser uma estratégia que visava a privatização da estatal, sucateando e manchando a imagem dos serviços prestados.
Carência astronômica
O desfalque no quadro funcional dos Correios, como mencionado, chega aos 20 mil funcionários. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Campinas e Região (Sintect/Cas), Mauro Aparecido Ramos, apontou adesão de, aproximadamente, 7 mil funcionários aos Planos de Demissão Voluntária (PDV) lançados em 2013 e 2014.
Quantidade excessiva de postos que, até agora, não foram preenchidos. Em julho de 2017, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou, em entrevista à rádio CBN, a impossibilidade de realizar novo concurso. Ele chegou a frisar que 14 mil aposentados seguiam na ativa e era de interesse da empresa cortar parte desse montante.
Como justificativa, Campos citou problemas que, teoricamente, vinham sendo enfrentados pela empresa quanto à força de trabalho. Como exemplo, mencionou o absenteísmo de até 25% em algumas localidades.
A FENTECT, por sua vez, rebateu os comentários afirmando não haver impedimentos para o lançamento do novo certame, além de lembrar anúncio feito pela empresa sobre a necessidade de contratar 20 mil funcionários.
Rumores de fechamentos e demissões
Em maio deste ano, uma notícia assustou concurseiros e servidores dos Correios. Rumores davam conta de que, em reunião realizada pela diretoria em fevereiro, teria sido aprovada medida que planejava o fechamento de 513 agências em diversos estados brasileiros.
Como consequência disso, cerca de 5.300 funcionários seriam desligados. Os participantes da referida reunião teriam, ainda, assinado termo de confidencialidade e o sigilo se justificava pelo alto índice de demissões.
Número, este, que poderia ser maior, dependendo da capacidade financeira dos Correios em indenizar os colaboradores demitidos. O número de agências a serem encerradas incluem algumas que trazem alto índice de faturamento.
Em Minas Gerais, por exemplo, 14 entre as 20 mais rentáveis devem ser fechadas. No estado de São Paulo, 167 agências devem ser fechadas, sendo 77 no interior e 90 na capital. A lista de agências, entretanto, não teria sido revelada.
Obviamente, o assunto gerou polêmica na empresa porque, com o fechamento das agências, os clientes passariam a ser atendidos por franqueadas localizadas em suas proximidades.
O que reforçou a desconfiança foi o possível anúncio do presidente da empresa, Guilherme Campos, de que seriam fechadas as agências situadas próximas àquelas operadas por agentes privados.
Novo concurso tema de reunião na Câmara
A situação dos Correios é tão drástica que foi tema de audiência pública conjunta promovida pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público e de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados.
A reunião aconteceu em junho e discutiu os rumores de fechamento de agências e demissão de funcionários. Citando as notícias veiculadas, o deputado Leonardo Monteiro pediu explicações sobre a veracidade dos fatos publicados.
Em resposta, o vice-presidente dos Correios, Cristiano Barata, esclareceu que novas dispensas não serão efetivadas neste ano. Entretanto, a empresa segue com a ideia de abrir um novo Plano de Demissão Incentivada. Segundo ele, o objetivo é otimizar a rede de agências ampliando os postos de atendimento de 12 mil para 15 mil.
Os postos podem ser constituídos por terceirizadas, convênios ou agências próprias dos Correios. No início de julho, o novo Estatuto Social dos Correios foi divulgado e, nele, as contratações por meio de concursos públicos foram mantidas.
Suspensão de concurso
Em 2016, um novo edital chegou a ser anunciado e teve projeto básico elaborado, mas, foi suspenso pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST). Na ocasião, seriam abertas 2 mil vagas para cargos de nível médio, sendo elas operador de triagem e carteiro, com remuneração de R$ 2.885,35 para carteiro e R$ 2.348,87.
Para os lotados aos finais de semana, a remuneração pularia para R$ 3.017,42. Os valores incluíam benefícios e adicionais por contratação pela CLT.
No projeto básico, os candidatos seriam selecionados por meio de provas objetivas versando sobre Matemática, Língua Portuguesa e Conhecimentos Gerais, além de provas de aptidão física e exames médicos admissionais.
Os novos funcionários seriam lotados nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Amazonas, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Santa Catarina.
A medida da suspensão veio após determinação de que o quadro funcional não fosse ampliado, chegando ao máximo de 118.624 funcionários. Entretanto, informações da assessoria de imprensa a sites especializados dão conta, porém, de que a empresa contava com 404 vagas em aberto desse montante.
Conclui-se, então, que a realização de concurso público contando com cadastro de reserva seria uma das soluções para resolver o problema de déficit. As reposições poderiam ser feitas na medida em que novas vagas fossem surgindo. Porém, a empresa segue sem lançamento de edital para as carreiras citadas.
Última seleção
Em 2017, os Correios lançaram edital contendo 88 vagas imediatas mais cadastro de reserva em cargos de níveis médio e superior. As oportunidades foram distribuídas entre as funções de:
- auxiliar de enfermagem do trabalho
- técnico de segurança do trabalho
- enfermeiro
- engenheiro
- médico do trabalho
As duas primeiras exigiam formação de nível médio/técnico enquanto as demais demandavam formação de nível superior específica. O certame foi organizado pelo Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades) e ofertou remunerações entre R$ 1.876,43 a R$ 4.903,05.
Os candidatos foram submetidos a provas objetivas compostas por 50 questões de múltipla escolha versando sobre:
- Língua Portuguesa
- Conhecimentos básicos: (Raciocínio Lógico e Matemático; Noções de Informática; Legislação aplicada aos Correios)
- Conhecimentos específicos
A lotação dos aprovados foi destinada às cidades de Rio Branco, Maceió, Brasília, Manaus, Macapá, Fortaleza, Vitória, Salvador,Goiânia, São Luís, Belo Horizonte, João Pessoa, Recife, Teresina, Campo Grande, Belém, Curitiba, Rio de Janeiro, Boa Vista, Porto Alegre, Aracaju, Bauru (SP), Natal, Porto Velho, São José (SC), São Paulo e Palmas.
O que estudar para o Concurso Correios?
Mesmo diante de tanto impasse, os concurseiros interessados em adentrar nos Correios podem aproveitar este tempo para se preparar para o Concurso Correios.
Veja o que foi cobrado no último certame para os Correios.
- Língua Portuguesa: Sujeito e Predicado; Sintaxe; Sinônimos e Antônimos; Regência; Morfologia; Interpretação de Textos; Composição, Derivação, Hibridismo, Onomatopeia e Abreviação; Fonologia; Relação de causa e consequência; Coesão e coerência; Análise sintática; Acentuação gráfica
- Matemática Financeira: Juros simples; Conceitos fundamentais de Matemática Financeira
- Matemática: Sistemas de Numeração e Operações Fundamentais; Regra de Três; Prismas; Raciocínio Lógico; Porcentagem; Poliedros; Geometria Plana e Espacial; Frações e Números Decimais; Equações Polinomiais; Aritmética e Problemas; Áreas e Perímetros
- Informática: Windows XP, Vista e Explorer; Sistema Operacional; Planilhas Eletrônica; Browser; Mozilla Firefox; Pacote Office; Internet Explorer; Hardware; Extensão de Arquivo; Editor de Textos e Apresentações; Correio Eletrônico
Outra ferramenta importante é o estudo dos editais anteriores. Confira o histórico de certames dos Correios aqui.