O histórico da grave situação do quadro de funcionários dos Correios é velho conhecido e se arrasta por longo tempo. No entanto, acaba de ganhar nuances mais delicadas devido ao estado de greve declarado pela categoria em todo o Brasil.
Uma nova paralisação tinha início marcado para a noite desta terça-feira (07), após reuniões de realizadas em diversos estados. Na pauta de reivindicações, estão a realização de novo concurso público, além da 8% de reajuste salarial, melhoria nas condições de trabalho, vale cesta básica e ticket alimentação de R$ 45,00.
A greve, que seria deflagrada por tempo indeterminado, foi adiada por recomendação da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Correios, Telégrafos e Similares). A decisão foi tomada após nova proposta por parte do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Apostilas preparatórias: Agente dos Correios e Comum aos Cargos de Nível Médio e Superior
O órgão propôs manter o acordo coletivo antigo, além de reajuste salarial conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Neste, o acúmulo é de 3,5% nos últimos doze meses. No entanto, o estado de greve foi mantido enquanto a categoria estuda o proposto pelo Tribunal. Nova reunião está marcada para o dia 14 de agosto na qual os rumos de uma possível paralisação serão definidos.
Paralisação no primeiro trimestre
Se acontecer esta será a segunda paralisação dos funcionários dos Correios em menos de um ano. No primeiro trimestre, servidores deflagaram greve por tempo indeterminado após mobilização aprovada em assembleias dos sindicatos filiados à FENTECT.
Entre as reivindicações estavam a reposição de pessoal por meio de concurso público, além de apelos contra a terceirização na área de tratamento, as alterações no Plano de Cargos e Salários, suspensão das férias, privatização, redução do salário da área administrativa e extinção do diferencial de mercado.
Carência funcional
A necessidade de lançar novo concurso para provimento de vagas nos Correios é urgente tendo em vista o déficit funcional apresentado pela empresa. Atualmente, a defasagem chega a quase 20 mil funcionários em todo o país. Em números, o quadro caiu de 125,4 mil empregados registrados em 2013 para 106 mil.
A carência é devida à falta de novas contratações desde 2011, quando o último edital para operador de triagem e carteiro foi lançado. Além disso, Programas de Demissão Voluntária (PDV) foram lançados entre 2013 e 2014, provocando a saída de 7 mil funcionários.
Estes postos, segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Campinas e Região (Sintect/Cas), Mauro Aparecido Ramos, não foram preenchidos até hoje. Na ocasião, o então presidente dos Correios discorreu sobre a impossibilidade de lançar nova seleção neste ano e frisou o interesse da empresa em cortar parte dos servidores ativos em condições de se aposentar.
Como justificativa, citou problemas que, teoricamente, vinham sendo enfrentados pela empresa quanto à força de trabalho. Como exemplo, mencionou o absenteísmo de até 25% em algumas localidades. Para efeitos de esclarecimento, desde maio deste ano, Carlos Roberto Fortner assumiu a presidência da empresa, sucedendo Guilherme Campos.
A FENTECT, por sua vez, rebateu os comentários afirmando não haver impedimentos para o lançamento do novo certame, além de lembrar anúncio feito pela empresa sobre a necessidade de contratar 20 mil funcionários.
Concurso Correios
Em 2016, um novo edital do Concurso Correios chegou a ser anunciado e teve projeto básico elaborado, mas, foi suspenso pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST). A medida da suspensão veio após determinação de que o quadro funcional não fosse ampliado, chegando ao máximo de 118.624 funcionários.
Caso ocorresse, o certame lançaria 2 mil vagas para cargos de nível médio, sendo elas operador de triagem e carteiro, com remuneração de R$ 2.885,35 para carteiro e R$ 2.348,87. Os candidatos seriam selecionados por meio de provas objetivas versando sobre Matemática, Língua Portuguesa e Conhecimentos Gerais, além de provas de aptidão física e exames médicos admissionais.
Em 2017, os Correios lançaram edital contendo 88 vagas imediatas mais cadastro de reserva em cargos de níveis médio e superior. As oportunidades foram distribuídas entre as funções de:
- auxiliar de enfermagem do trabalho
- técnico de segurança do trabalho
- enfermeiro
- engenheiro
- médico do trabalho
Os candidatos foram submetidos a provas objetivas compostas por 50 questões de múltipla escolha versando sobre:
- Língua Portuguesa
- Conhecimentos básicos: (Raciocínio Lógico e Matemático; Noções de Informática; Legislação aplicada aos Correios)
- Conhecimentos específicos
Apesar dos impasses em torno do lançamento de novo concurso, a necessidade do mesmo é gritante, o que incentiva concurseiros interessados em ingressar na empresa a intensificar seus estudos. Entre os conteúdos que podem ser estudados, estão:
- Língua Portuguesa: Sujeito e Predicado; Sintaxe; Sinônimos e Antônimos; Regência; Morfologia; Interpretação de Textos; Composição, Derivação, Hibridismo, Onomatopeia e Abreviação; Fonologia; Relação de causa e consequência; Coesão e coerência; Análise sintática; Acentuação gráfica
- Matemática Financeira: Juros simples; Conceitos fundamentais de Matemática Financeira
- Matemática: Sistemas de Numeração e Operações Fundamentais; Regra de Três; Prismas; Raciocínio Lógico; Porcentagem; Poliedros; Geometria Plana e Espacial; Frações e Números Decimais; Equações Polinomiais; Aritmética e Problemas; Áreas e Perímetros
- Informática: Windows XP, Vista e Explorer; Sistema Operacional; Planilhas Eletrônica; Browser; Mozilla Firefox; Pacote Office; Internet Explorer; Hardware; Extensão de Arquivo; Editor de Textos e Apresentações; Correio Eletrônico
Outra ferramenta importante é o estudo dos editais anteriores. Confira o histórico de certames dos Correios aqui.