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Banco digital do Bradesco, Next, ganhará independência

Peça-chave no processo de digitalização do Bradesco, o Next ganhará espaço para se desenvolver de acordo com a cultura de inovação das startups.



O Next, banco digital do Bradesco, será separado em uma companhia independente e ganhará vida própria até o fim deste ano. Com isso, a fintech poderá atrair novos sócios. Além disso, a expectativa é que o Next ganhe mais espaço para desenvolver de acordo com a cultura de inovação típica de uma startup, sendo reconhecido como tal pelo mercado.

“É provável que não seja uma empresa 100% Bradesco”, afirmou Maurício Minas, conselheiro do banco e idealizador do Next, em entrevista ao Valor.

O modelo a ser adotado para o desmembramento ainda não foi definido. Da mesma forma, o tipo de investidor que o Bradesco pretende atingir – um parceiro estratégico, fundos de tecnologia ou uma futura abertura de capital – ainda está em definição.

“Queremos estimular uma dinâmica de negócio digital e que a cultura do Next prevaleça”, disse Minas à mesma fonte.

Atualmente o Next possui identidade própria e um time com 250 colaboradores. Instalada em um espaço na Cidade de Deus, a sede do banco digital em nada lembra os prédios austeros que formam a sede do Bradesco em Osasco – SP.

Contudo, não deixa de ser uma área de negócios dentro de um banco tradicional. Assim sendo, uma mudança de endereço não está descartada.

Com a separação o Bradesco espera dar mais visibilidade ao “valuation”, ou seja, avaliação de preço do Next, que hoje está escondido nos números da instituição financeira tradicional. “Uma plataforma digital tem outras métricas, baseadas no crescimento e na capacidade de atrair clientes”, disse Minas ao Valor.

Números

De acordo com o idealizador do Next, a fintech ainda opera no vermelho e deve continuar assim por algum tempo. Entretanto, este é um ponto que, pelo menos, não causa incômodo ao Bradesco.

Atualmente o banco tem 800 mil clientes ativos, ou seja, que abriram a conta e efetuaram algum tipo de transação. Diariamente são realizadas 8 mil adesões, com isso, ainda este ano a meta de 1,5 milhões de clientes deve ser ultrapassada. “É uma velocidade bastante animadora e estamos propositalmente acelerando agora”, salientou Minas.

Peça-chave na digitalização da instituição financeira, o Next digital foi lançado em janeiro de 2018, tornando-se um importante ponto de atração de clientes para o Bradesco. No entanto, o número de abertura de contas no banco tradicional ainda é maior.

Aproximadamente 80% dos usuários da conta digital não eram clientes do Bradesco antes, e 90% eram clientes de outros bancos.

Com a independência, a ideia é que o Next não seja um banco do ponto de vista regulatório, o que tornará sua estrutura de custos mais leve. Com isso, a pretensão é igualar ao modelo adotado por boa parte das fintechs, que consiste na realização de parcerias com instituições financeiras em vez de ser uma delas.

Bancos precisam cumprir requisitos de compliance, o que deixa a operação significativamente mais cara. “Estamos conversando com o regulador. Queremos simetria regulatória com os concorrentes”, disse Minas.

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