De acordo com informações do diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do Banco Central (BC), Maurício Moura, bancos atuantes no território nacional devem realizar em 2020 dois mutirões de renegociações de dívidas, um a cada semestre.
Esse tipo de evento é destinado ao atendimento de pessoas que possuem dívidas ou necessitam regularizar suas situações financeiras junto a bancos, lojas e empresas de serviço. Com a realização dos feirões, cada evento deve atender, no mínimo, um milhão de pessoas. Além disso, eles destinam-se exclusivamente a pessoas físicas; empresas não se enquadram.
Segundo dados do BC, o último mutirão realizado em dezembro de 2019 chegou a atender 820 mil pessoas. Foram renegociados cerca de 4,5 bilhões em dívidas. O desconto médio oferecido para a quitação dos valores foi de 65%. Quanto ao prazo médio para pagamento, este chegou a 58 parcelas. Sem contar que alguns bancos ofereceram até 92% de descontos aos clientes.
“Vamos apurar as lições aprendidas no primeiro e melhorar o que foi feito. Queremos melhorar a parte de renegociação e de compartilhamento de educação financeira”, afirmou Maurício, sem detalhar possíveis novas medidas para os próximos eventos.
Mutirão de renegociação de dívidas
No último mutirão, os clientes interessados em renegociação precisaram assistir a um vídeo sobre educação financeira. Essa foi uma medida educativa visando não só a solução prática, que é a quitação de valores, mas também a conscientização sobre dívidas e finanças. 560 mil pessoas tiveram acesso à produção nas agências dos bancos participantes. Na internet, o material foi visto mais de 173 milhões de vezes.
A Semana Nacional de Negociação e Orientação Financeira foi realizada pelo BC em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Nove bancos participaram: Banco BV, Banco do Brasil, Banco Pan, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica, Itaú Unibanco, Safra e Santander.
Durante o mutirão, 329 agências bancárias localizadas nas capitais tiveram horário de funcionamento estendido até às 20h. Isso foi feito para que o maior número de clientes tivessem a possibilidade de negociar suas dívidas. A renegociação também pôde ser feita por meio dos canais digitais dos bancos. Os descontos concedidos presencial ou online foram iguais. Tal fato facilitou a vida dos clientes que não conseguiram se deslocar às agências.
Para o BC e a Fenabran, o foco em educação financeira foi o grande diferencial da iniciativa. “Foram produzidos um vídeo e um folder especialmente para a Semana, com dicas para organizar e equilibrar o orçamento doméstico em uma linguagem simples e direta”, disse o diretor de Educação Profissional e Financeira da Febraban, Fabio Moraes. Em nota à imprensa, o diretor também salientou que a ação foi um sucesso, considerando o número de pessoas que procuraram os bancos.
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