O governo federal cogita a possibilidade de prorrogar novamente os pagamentos do auxílio emergencial, dessa vez com duração até dezembro deste ano. A ideia foi autorizada pelo presidente Jair Bolsonaro e segue em análise pela pasta da Economia, sob responsabilidade do ministro Paulo Guedes.
Se a medida for aprovada, a renovação do benefício virá com mudança no valor original de repasse. Por se tratar de uma ajuda cara, com gastos que giram em torno de R$ 50 bilhões mensais, a previsão é que o benefício reduza de R$ 600,00 para R$ 200,00 durante os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro.
Novo custo do auxílio emergencial
Criado para socorrer os trabalhadores que ficaram sem renda durante pandemia, o auxílio emergencial teria duração inicial de três meses. Porém, ao final de junho foram anunciadas outras duas parcelas extras, para julho e agosto. Agora, pode ser que ele tenha a durabilidade aumentada.
Atualmente, o governo já destinou R$ 254,4 bilhões ao programa, na liberação de cinco rodadas. O alongamento do benefício até o fim do ano, com o uso das mesmas regras, geraria um custo total de R$ 450 bilhões aos caixas públicos. Um dos motivos da possível redução para R$ 200,00 da ajuda.
Outro fator que pesa a favor da extensão do auxílio leva em consideração o Renda Brasil. O programa de assistência social, que vai amparar as famílias de baixa renda no lugar do Bolsa Família, ainda não saiu do papel. Estimado para entrar em vigor com o fim do socorro emergencial, ainda não foram anunciadas novidades a seu respeito.
Negociação com o parlamento
Qualquer alteração na lei que rege o auxílio emergencial necessita de nova aprovação do Congresso. Muitos parlamentares já demonstraram apoio à iniciativa, enquanto outros se preocupam as despesas que surgirão caso o benefício dure até dezembro.
Em entrevista ao programa Roda Vida, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, declarou que a proposta enviada pelo governo precisa de análise e revisão de cálculos minuciosa antes da aprovação.
“Foi uma decisão correta, mas o impacto fiscal é muito grande, e o Brasil não suporta continuar o mesmo valor”, disse Maia.
Após viagens por algumas regiões do Brasil, o presidente viu sua popularidade crescer em razão dos pagamentos do auxílio emergencial. Em estados do Nordeste, por exemplo, o benefício se tornou bastante popular e passou a ser visto com bons olhos pelos eleitores, até então majoritariamente opositores ao governo.