A prorrogação do auxílio emergencial ainda segue em discussão no Planalto. Em conversa com a equipe econômica, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pretende estender a ajuda até dezembro no valor de R$ 300.
Contudo, ainda há uma falta de consenso sobre a quantia, sobretudo por parte do atual Ministro da Economia, Paulo Guedes. O representante da pasta estaria preocupado com o impacto financeiro que isso trará aos cofres públicos.
Inicialmente, o ministro havia proposto pagamentos mensais de R$ 200, mas acabou aceitando liberar um valor maior. Porém, para Guedes, as prorrogações não podem ser iguais ou superiores a R$ 300.
Após as projeções para a dívida pública se aproximarem de 100% do Produto Interno Bruto (PIB) para o fim deste ano, Guedes trabalha para evitar um descontrole nos gastos públicos. Isso porque já foram desembolsados R$ 254 bilhões para o auxílio emergencial, com o custo de R$ 50 bilhões por mês.
Novo valor do auxílio emergencial
Durante reunião ocorrida no Palácio do Planalto nesta segunda-feira, 24, foi apresentado ao presidente a proposta de prorrogação do benefício no valor de R$ 270. Mas, segundo relatos feito ao jornal Folha de São Paulo, o chefe do executivo pediu que a equipe econômica chegasse a um número que partisse de R$ 300.
No mesmo dia, em conversa a um grupo de eleitores na frente do Palácio do Alvorada, Bolsonaro realçou a previsão de um valor para o auxílio que ajudasse na recuperação da economia durante os próximos meses.
“Estou pensando em prorrogar por mais alguns meses, mas não com R$ 600 nem com R$ 200. Um meio-termo aí até a economia pegar”, disse o presidente.
Desde o seu lançamento, o auxílio emergencial tem sido a medida de maior gasto do governo para conter os efeitos negativos da pandemia de Covid-19. A ajuda é voltada para pessoas em situação de vulnerabilidade e instabilidade financeira, como os trabalhadores informais, autônomos, desempregados e microempreendedores individuais.
Renda Brasil como substituto do Bolsa Família
O Renda Brasil será o novo programa social do governo. Ainda em discussão pela equipe técnica da Economia, ele deverá unificar alguns benefícios sociais, como o Bolsa Família, abono salarial PIS/Pasep, farmácia popular e o seguro-defeso, voltado para famílias de pescadores.
A previsão é que o custo anual da iniciativa seja R$ 20 bilhões acima ao Orçamento do Bolsa Família, atualmente em R$ 32,5 bilhões. Se tudo der certo, o lançamento ocorrerá em janeiro de 2021. Sobre o valor, ainda não foi definido um número exato, mas é certo que a quantia final dependerá do número de pessoas atendidas e o quão saudável estarão as contas públicas.
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