Semana passada o presidente Jair Bolsonaro “proibiu” a equipe econômica de seu governo de tocar no assunto do Renda Brasil novamente, por causa da repercussão negativa do congelamento de pensões e aposentadorias por dois anos. Segundo ele, o programa não iria entrar em vigor até 2022, nesse período o Bolsa Família continuaria.
Porém, o relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Renda Brasil de do chamado Pacto Federativo, senador Márcio Bittar (MDB-AC), afirmou que já tem um novo nome para substituir o Bolsa Família. O novo programa social de deverá se chamar Renda Cidadã.
O deputado recebeu aval do presidente para negociar o tema no Congresso. O objetivo do novo programa, de acordo com o governo, é substituir e ampliar o Bolsa Família, criado no governo Lula e que atende 14 milhões de famílias a um custo de R$ 32 bilhões anualmente.
Incluir mais 10 milhões de famílias
De acordo com Bittar, com a implantação do Renda Cidadã será preciso cortar gastos para obter espaço em torno de R$ 30 bilhões no Orçamento da União a fim de incluir no programa mais dez milhões de famílias. Porém o senador ainda não informou de onde vão vir os recursos.
Segundo o senador, a cifra liberada vai depender do valor do benefício que as pessoas vão receber. Conforme afirmou interlocutores do governo, Bolsonaro pretende manter com o mesmo novo valor do auxílio emergencial de R$ 300, que tem pagamento encerrado em dezembro.
Depois de tantos anúncios sobre o Renda Brasil nos últimos meses, agora a palavra de ordem do governo de Bolsonaro é não entrar em detalhes sobre o novo programa para não gerar ruídos e informações desencontradas, como o que aconteceu após as entrevistas do secretário especial Fazenda, Wadery Rodrigues, informando que entre as fontes alternativas do Renda Brasil estaria o congelamento do valor de benefícios do INSS.
A proposta sobre o Renda Cidadã foi acertada nesta quarta-feira,23, com todos os líderes da base de apoio na Câmara dos Deputados e no Senado, durante reuniões nos últimos dias.
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