Apoio militar a Bolsonaro não acaba com saída de comandantes, avaliam especialistas

Comandantes das Forças Armadas deixaram o comando das instituições na última terça-feira, 30, um dia após a saída do ex-ministro da Defesa.



O governo de Jair Bolsonaro deve continuar recebendo apoio e participação de militares mesmo com a troca no comando das Forças Armadas, afirmam cientistas políticos e estudiosos das Forças Armadas. Para Juliano Cortinhas, professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), “governo vai continuar extremamente militarizado” mesmo com a demissão dos comandantes.

Os comandantes Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa Junior (Marinha) e Antonio Carlos Bermudez (Aeronáutica) anunciaram que deixaram seus cargos na última terça-feira, 30, um dia após a saída do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.

“Não é porque os três generais e o ministro Azevedo deixaram seus postos que os 6 mil militares, da ativa e da reserva, vão deixar seus cargos no governo, seus apartamentos funcionais e o salários que recebem”, avalia Cortinhas.

“A troca nas Forças Armadas demonstra um distanciamento desses generais com o governo, mas não é uma crise. O apoio e participação dos militares continuam, eles escolheram fazer parte desse jogo, escolheram participar do governo e deram um aval a Bolsonaro. Vivemos um momento muito preocupante em relação à democracia”, acrescenta.

A avaliação do cientista político Lucas Pereira Rezende, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, é parecida com a Cortinhas. Para ele, o movimento da véspera não deve causar uma debandada dos militares do governo, já que vários deles ganham salários muito altos com cargos comissionados.

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