Dos mais de 36 milhões aposentados, pensionistas e demais beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), apenas 778 recebem o teto dos benefícios, atualmente fixado em R$ 7.087,22. Os dados são de um levantamento da coluna “O que é que eu faço, Sophia”, do site R7.
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Esse número corresponde a 0,002% do total de segurados da Previdência Social. Enquanto isso, 23,5 milhões de pessoas (64,4% dos beneficiários) recebem o salário mínimo, reajuste para R$ 1.212 em 2022.
Segundo o INSS, o valor médio dos benefícios pagos em janeiro é de R$ 1.547,54. Esse valor tem alterações mensais em razão de mortes e encerramento de repasses de auxílios, de acordo com a assessoria de imprensa do órgão.
Reforma da Previdência
Com a reforma da Previdência, o número de pessoas que recebem o teto deve ficar ainda maior nos próximos anos, afirma o especialista em cálculos previdenciários da ABLCalc, Giovanni Magalhães.
“A gente tem uma noção de que não são muitas pessoas, mas 778 chega a chocar. Eu imaginava que eram ao menos umas 100 mil pessoas, mas menos de mil é muito pouca gente, é impressionante. E com a reforma esse número deve diminuir ainda mais, tornando-se virtualmente impossível se aposentar pelo teto da Previdência”, avalia.
O motivo é que a reforma alterou o cálculo para obter a aposentadoria. Até novembro de 2019, era considera a média das 80% das maiores contribuições desde julho de 1994, e descartadas as 20% as menores.
Atualmente, o benefício é calculado com base em 60% dessa média, mais 2% para cada ano de recolhimento que ultrapassar 15 anos para a mulher e 20 anos para o homem.
“Nesse sentido, a mulher atingiria a integralidade do benefício com 35 anos de contribuição, enquanto o homem apenas com 40 anos de contribuição. Importante lembrar que a reforma permite exceder o coeficiente de 100% para cada ano que ultrapassar 35 no caso da mulher e 40 no caso do homem”, explica o especialista.