Os caminhoneiros receberam com descontentamento o novo aumento no preço do diesel nas refinarias da Petrobras, anunciado na última segunda-feira, 9. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o “Chorão”, a mudança vai aumentar os preços dos produtos no varejo.
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Segundo ele, que também foi líder da greve da categoria em 2018, o governo tem feito contato com lideranças para evitar uma nova paralisação agora. No entanto, a tentativa não deve gerar resultados sem uma ação real.
“Caminhoneiros não têm liderança única, mas têm uma rápida capacidade de mobilização, então têm poder de pressão. O Gabinete de Segurança Institucional tem contatos com líderes para impedir, mas para conter não é só papo, tem que ter ação também”, opina a colunista do Estadão, Eliane Cantanhêde.
Medidas em análise
O Ministério da Economia avalia a adoção de um novo modelo para o preço do frete na tentativa de aliviar a pressão sobre a categoria. Hoje, o caminhoneiro autônomo é contratado por um determinado valor, mas, por conta dos aumentos nos preços do combustível, acaba gastando muito do que o previsto quando a entrega a mercadoria.
A proposta do Executivo é garantir o preço do frete para o caminhoneiro pelo preço final, ou seja, quando a mercadoria for entregue. Dessa forma, o profissional ficaria menos suscetível à volatilidade das cotações dos combustíveis.
Outra possibilidade é corrigir a tabela do frete com mais frequência, e não a cada seis meses como ocorre atualmente. Também está em análise a redução de algumas burocracias, como o registro na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), além de um corte nos custos com emplacamento.
Até o momento, nenhuma das medidas foi anunciada oficialmente. Enquanto isso, o governo quebra a cabeça para encontrar uma solução que não comprometa o orçamento, embora não haja mais espaço dentro do teto de gastos.
Reajuste no diesel
A Petrobras aumentou em 8,8% o preço do diesel vendido em suas refinarias desde a última terça-feira, 10. Esse foi o primeiro reajuste em mais de 60 dias, segundo a estatal. Com a mudança, o litro passa a ser vendido a R$ 4,91 para as distribuidoras de todo o país.
