As primeiras semanas de novembro trouxeram uma má notícia para o bolso do consumidor. Segundo levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), o preço médio da gasolina subiu 1,19% no período em relação a outubro.
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No cenário econômico mais abrangente, o boletim Focus mostra que o mercado elevou suas expectativas para a inflação e os juros em 2023. Parte da alta está ligada ao cenário de incerteza gerado pelas discussões sobre a PEC da Transição, que ganhou uma nova versão recentemente.
Outro assunto entre os destaques desta terça-feira, 22, é a crise dos passaportes. Saiba se há alguma previsão da Polícia Federal para normalização do serviço no país.
Gasolina fica mais cara em novembro
O preço médio da gasolina subiu 1,19% nas primeiras semanas de novembro na comparação com o fechamento de outubro. Segundo dados do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), o combustível teve alta para R$ 5,30 o litro no período.
Após quatro meses de baixas, o etanol também foi impactado e fechou com acréscimo de 0,98%, a R$ 4,25 o litro na média nacional.
Os maiores aumentos na gasolina foram registrados nas regiões Centro-Oeste e o Sul, onde o preço chegou a 2,79% e 2,73%, respectivamente. Já o Norte teve a menor alta, de 0,39%. Mesmo no topo da lista, o Sul tem o menor preço médio do país, de R$ 5,08 o litro.
Já o etanol encareceu 5,50% no Centro-Oeste, 4,14% no Sudeste e 2,86% no Sul. No Norte houve queda de 2,16%, enquanto no Nordeste o bicombustível ficou 0,45%, mais barato.
Mercado eleva previsão de inflação e juros em 2023
O mercado elevou sua expectativa para a alta do IPCA (indicador da inflação) em 2023 após quatro meses de estabilidade, mostra o último boletim Focus. A nova previsão é de aumento de 5,01%, contra 4,94% no último levantamento.
A projeção para este ano também avançou de 5,82% para 5,88%, enquanto a de 2024 se manteve estável em 3,50%.
Os novos números da inflação oficial em 2022 e 2023 ultrapassaram o teto da meta estabelecidos pelo Banco Central, de 5,0% e 4,75%, nessa ordem. Para 2024, o limite superior estabelecido pela autoridade é de 4,50%.
Quanto à taxa de juros, o mercado financeiro agora projeta a Selic a 11,50% ao ano em 2023, primeiro aumento em em dez semanas (antes a projeção era de 11,25%). Para o fechamento de 2022, a previsão segue sendo de juro básico a 13,75% ao ano.
Senador propõe mudança na PEC da Transição
O senador Alessandro Vieira (PSDB) apresentou uma alternativa à PEC da Transição enviada pela equipe de Lula (PT) para liberar recursos fora do teto de gastos. O documento foi a solução encontrada pelo petista para manter o Bolsa Família em R$ 600.
Na proposta original, o texto retira R$ 175 bilhões do teto de gastos, viabilizando o cumprimento de outras promessas como o salário mínimo com aumento real. Já na versão do parlamentar, a exceção envolve apenas R$ 70 bilhões.
Vieira justifica que o texto da PEC é “genérico”, “abrangente” e arrisca a responsabilidade fiscal. “Entendemos que manter a credibilidade do arcabouço fiscal do governo brasileiro é essencial para iniciarmos o processo de reorganização do estado brasileiro”, diz o senador.
A equipe de Lula quer retirar as despesas com o programa de forma permanente do teto de gastos, medida apoiada por parte do Centrão. O senador afirma que o valor proposto por ele é suficiente para manter o pagamento de R$ 600 do Bolsa Família e do adicional de R$ 150 por criança de até seis anos.
Para que a versão proposta pelo senador seja levada ao plenário do Senado, ele precisa arrecadar pelo menos 27 assinaturas.
Crise dos passaportes continua
A Polícia Federal (PF) suspendeu no último sábado, 19, a confecção de novos passaportes alegando falta de verbas. Em anúncio em seus canais oficiais e redes sociais, o órgão informou que o serviço de agendamento continua, mas não há previsão para entrega do documento.
Quem foi atendido nos postos de emissão até o dia 18 de novembro receberá seu passaporte normalmente. Nos demais casos, mesmo para quem já pagou a taxa, “não há prazo para entrega”.
Segundo a PF, a emissão do passaporte de emergência continua normalmente em todo o país. O documento é exclusivo para situações em que há urgência e o cidadão não pode aguardar o prazo de entrega, como nas hipóteses de:
- Catástrofes naturais;
- Conflitos armados;
- Necessidade de viagem imediata por motivo de saúde do requerente, do seu cônjuge ou parente até segundo grau;
- Para a proteção do seu patrimônio;
- Por necessidade do trabalho;
- Por motivo de ajuda humanitária;
- Por interesse da Administração Pública; ou
- Outra situação emergencial cujo adiamento da viagem possa acarretar grave transtorno ao requerente.
Essa modalidade de documento tem validade de um ano e sua emissão custa R$ 334,42, enquanto o comum custa R$ 257,25. Viagens de turismo não justificam o pedido de passaporte emergencial.