O que esperar da inflação com Lula presidente pelos próximos 4 anos?

Impactos futuros do governo do presidente eleito na economia brasileira já são avaliados por especialistas.



Especialistas já avaliam os impactos do futuro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva na economia brasileira. Um dos maiores desafios a serem assumidos pelo petista no dia 1º de janeiro é o controle da inflação do país.

Leia mais: Governo Lula: 3 cuidados a se tomar na hora de investir o dinheiro

Nos 12 meses até setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 7,17%, muito acima do centro da meta do Banco Central (BC), de 3,50%. O indicador é considerado o medidor oficial da inflação.

A pressão inflacionária é resultado de uma série de fatores, como a pandemia de Covid-19, a guerra da Rússia na Ucrânia e o aumento dos gastos do governo de Jair Bolsonaro. Mesmo assim, a expectativa dos especialistas é de desaceleração no curto prazo.

“O que pode mudar de Jair Bolsonaro para Lula é a intensidade com a qual a inflação vai cair, com Lula provavelmente os preços vão cair um pouco menos”, diz Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital.

O principal ponto que difere os dois políticos é que Bolsonaro tem uma visão liberal, enquanto o líder petista traz a “pirâmide social” para “dentro da economia”.

“No liberalismo, a característica é que haja uma ajuda mais modesta do Estado para a população, originando uma demanda menor, o que deixa a inflação mais baixa. Já com o Lula, a demanda agregada tende a ser maior, pois há mais apoio econômico à população, o que aumenta seu poder de compra e pode deixar a inflação um pouco mais alta”, completa.

Curto prazo

Para o próximo ano, a previsão é de freio nos preços por conta do aperto econômico iniciado em 2021. A taxa básica de juros (Selic) atualmente está no patamar de 13,75% ao ano, e deve continuar elevada por mais algo tempo.

“Os impactos das decisões do BC tendem a demorar entre 12 e 18 meses para serem sentidos na economia real, por isso só vamos conseguir sentir o poder da alta dos juros contra a inflação principalmente em 2023”, afirma.

A alta dos juros encarece os financiamentos e o crédito, o que ajuda a reduzir o consumo da população, movimento essencial para diminuir a inflação. Na visão dos especialistas, o Banco Central continuará monitorando a situação inflacionária de perto.

Médio e longo prazo

No médio e longo prazo, os economistas preveem que a inflação dependerá do manejo das contas públicas pelo novo presidente. Para Conrado Lima, diretor da Stonex Asset Management, ainda não é possível afirmar qual será a estratégia de gestão do governo Lula.

Mesmo assim, ele acredita que o petista deve apostar na expansão da economia. Considerando essa perspectiva, o maior risco é que tentar forçar um crescimento rápido pode descontrolar as contas públicas.

“Podemos especular ou podemos olhar para o passado. Eu prefiro olhar para o passado. O Lula já esteve no poder e não ignorou o lado fiscal, não foi irresponsável fiscalmente. Riscos existem, mas olhando para o passado, ele oferece riscos aceitáveis para o teto de gastos, para a economia”, finaliza Lima.




Voltar ao topo

Deixe um comentário