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Em live de despedida, Bolsonaro critica ato terrorista e diz que nada está perdido com Lula

Presidente fez live de despedida nesta sexta-feira (30), pouco antes de deixar o Palácio do Planalto. Ele segue para Miami no domingo (1º).



O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez sua live de despedida do cargo nesta sexta-feira (30). Durante o pronunciamento de quase uma hora, condenou a tentativa de ato terrorista por um bolsonarista declarado em Brasília e se disse perseguido pela imprensa e a Justiça.

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Bolsonaro também criticou a escolha de ministros feita para o terceiro mandato do governo Lula (PT). “É um governo que começa capenga”, disse. Para o próximo governo, Lula escolheu ter 37 ministérios, com a configuração mais diversa da história recente do Brasil: 11 mulheres, 5 pessoas negras e uma indígena. Eles terão o desafio de assumir o país com uma dívida pública de R$ 5,87 trilhões, a maior já deixada por um governo brasileiro.

“Não tem tudo ou nada” lembra em live de despedida

Apesar das críticas ao novo governo, Bolsonaro buscou consolar seus apoiadores. “Não tem tudo ou nada. Inteligência. Vamos mostrar que somos diferentes”, disse. O mandatário ainda pediu que a população acredite em si mesma.

Ao falar da derrota nas urnas, Bolsonaro ficou com os olhos marejados, afirmou sem provas que a Justiça Eleitoral não agiu com imparcialidade, mas anulou os discursos anteriores sobre as urnas eletrônicas. “Não vamos duvidar das urnas aqui”, enfatizou.

Sobre os atos antidemocráticos de apoiadores que pedem intervenção militar em frente aos quarteis, disse serem pacíficos, ignorando a escalada violenta dos manifestantes em dezembro, sobretudo após a diplomação de Lula.

Ainda, disse que os atos foram espontâneos e que não serão perdidos. Ele ainda disse considerar que as pessoas que estão ali e pedem golpe militar estão, na sua visão, em busca da democracia e liberdade.

Apesar disso, condenou a tentativa de um ato terrorista em Brasília por um de seus apoiadores. “Nada justifica aqui em Brasília essa tentativa de ato terrorista no aeroporto de Brasília. Nada justifica. Um elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com nenhum cidadão. Agora massifica em cima do cara como bolsonarista do tempo todo. É a maneira da imprensa tratar”, disse. George Washington de Oliveira, preso pelo ato, revelou à polícia que foi a Brasília após a derrota no segundo turno e se juntou ao acampamento de bolsonaristas na capital federal.

“Não é momento de procurar responsáveis”

Na live de despedida Bolsonaro também admitiu ter negociado cargos com deputados e senadores para consolidar maioria no Congresso, algo comum na política, mas que ele afirmou que não faria durante sua campanha em 2018.

O presidente também aproveitou para afirmar que “é um momento de reflexão” e que “não é momento de procurar responsáveis pelo que está acontecendo.

Com a fala, Bolsonaro voltou novamente a tentar apaziguar os ânimos de seus apoiadores, pedindo para que ajam de forma política e estratégica. “Não é caso de ficar atacando pessoas, instituições. Quando a situação está difícil, tem que buscar apoio, ajuda, trazer gente para nosso lado, prepará-las para momentos difíceis”, afirmou.

Este foi um dos poucos pronunciamentos do presidente desde que perdeu as eleições, em outubro. Por dois meses, um Bolsonaro conhecido por “não ter medo de falar” foi visto calado, cabisbaixo.

Agora, Bolsonaro segue para Miami, nos EUA. A informação foi publicada também nesta sexta (30) no Diário Oficial da União, junto com uma autorização para que assessores o acompanhem entre o dia 1 e 30 de janeiro. Quatro dos oito assessores nomeados poderão viajar com Bolsonaro, cada um em um período diferente do mês.




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