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Precisa melhorar! MEI deve passar por alterações, afirmam especialistas

O modelo em vigor sofre críticas do ministro do Trabalho. Estudo da FGV aponta que são necessárias mudanças na legislação.



Luiz Marinho, ministro do Trabalho, vem dizendo, de forma recorrente, de que é necessário fazer alterações na política do Microempreendedor Individual (MEI). Contudo, apesar das sinalizações, ainda não está claro quais serão as possíveis medidas a serem adotadas pelo governo federal.

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Vale lembrar que, em suma, existem 14,8 milhões de pessoas cadastradas como MEI em todo o país. Na prática esse número representa pouco mais de um terço do número total de brasileiros que tem carteira assinada.

Microempreendedor individual

Hoje, a contribuição mensal de quem se formalizou como microempreendedor individual é de 5% do salário mínimo. O pagamento da taxa dá acesso à cobertura básica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Outra vantagem é que o MEI também faz parte, por exemplo, do Simples, um regime tributário menos burocrático e oneroso.

Apesar deste cenário, um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que o modelo do MEI precisa ser repensado para que ele cumpra o seu papel original.

Isso porque, originalmente, o plano inicial do modelo era o de proteger os vulneráveis. Assim, a legislação do MEI, criada em 2008, tinha o objetivo de oferecer os benefícios do Estado aos trabalhadores até então informais e com baixa renda. Aqui, se enquadram quase 30 milhões de pessoas, como pequenos comerciantes e autônomos, como por exemplo manicures e encanadores.

Entretanto, cada vez mais a modalidade vem sendo usada, em alguns casos, para burlar a legislação trabalhista. Em suma, há empresas que ao invés de assinar a carteira de trabalho, contratam trabalhadores fixos como microempreendedores.

Na prática, eles emitem notas fiscais de prestação de serviços, com um limite anual de R$ 81 mil, mas sofrem com cobranças como empregados fixos, inclusive em questões de cumprimento de carga horária.

Reorganização

Os dados da FGV também sugerem que a política do MEI está mal desenhada. Hoje, a renda média de um microempreendedor individual é de R$ 3.783. Esse valor é o dobro da média dos informais (R$ 1.864), além de superar consideravelmente a renda média de quem trabalha com carteira assinada (R$ 2650).

Desta forma, o estudo aponta que o programa do MEI não é direcionado aos trabalhadores mais vulneráveis. Em suma, um microempreendedor individual atinge o teto da renda mensal com R$ 6750, onde se encontra o grupo dos 5% mais ricos do país. Outra evidência é que o regime não contempla a base da pirâmide, com diferença de escolaridade.

Os dados apontam que a parcela de MEIs com diploma de ensino Superior é consideravelmente maior que a dos trabalhadores com carteira assinada: 31,3% contra 22,4%.

Previdência Social

Outro problema da atual política do MEI é o impacto que ela causa na Previdência Social. Isso porque, enquanto um empregado com carteira assinada tem desconto de 7,% a 14% para o INSS, o MEI paga apenas a taxa de 5% do salário mínimo.

Ainda assim, a inadimplência é alta. Hoje, apenas quatro a cada dez microempreendedores estão em dia com as taxas de INSS.




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