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Crise no varejo: CEO do Assaí fala em vender lojas e ação cai; empresa se posiciona

CEO do Assaí afirmou que estuda vender algumas de suas lojas para, em seguida, alugá-las. Esta seria uma forma de arrecadar dinheiro.



A rede de supermercados de atacarejo Assaí viu suas ações na Bolsa de Valores caírem na última semana. Isso ocorreu como reação do mercado, após o CEO Belmiro Gomes dizer em entrevista ao Valor que estudava vender algumas de suas lojas próprias como parte do plano para reduzir dívidas.

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A companhia também planeja cortar investimentos, como a transformação de lojas da antiga rede Extra para a bandeira Assaí. Belmiro Gomes citou os juros altos e o crescimento da dívida como os principais motivos por trás dessa decisão.

A notícia afetou negativamente as ações do Assaí, que caíram 7,02%. No entanto, 18 entre 20 casas de análises, bancos e corretoras ainda recomendam a compra das ações. Por volta das 13h10 da terça-feira, 11, o papel operava em alta de 4,67%.

Anúncio de que o Assaí fechará lojas pode ser só a ponta do iceberg

O temor é de que outras empresas do setor de supermercados e comércio também enfrentem dificuldades. Por exemplo, a Marisa vai fechar 92 das 334 unidades nos próximos meses e teve prejuízo no quarto trimestre de 2022 devido aos juros altos que impactaram as vendas e seu braço financeiro.

Além da Marisa, outras empresas, como Americanas e Amaro, também estão enfrentando dificuldades financeiras. Isso levou a uma queda nas ações dessas empresas, incluindo a Alpargatas e a Natura, que caíram 7,08% e 8,7%, respectivamente. No entanto, algumas empresas, como Magazine Luiza e Via Varejo, tiveram um desempenho positivo, com alta de 1,24% e 5,2%, respectivamente.

Essas empresas bem estabelecidas estão se beneficiando da expectativa de queda na taxa de juros. Com a desaceleração da atividade econômica nos Estados Unidos, a expectativa é que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, poderia parar de subir os juros.

Isso beneficiaria empresas como a Magazine Luiza, considerada a mais bem gerida do setor, e a Via Varejo, que acabou de trocar de presidente, segundo analistas.

Assaí se posiciona

Após o mal-entendido gerado pela fala do CEO, a empresa emitiu a seguinte nota:

“Primeiramente, o Assaí esclarece que não fechará lojas. A Companhia realizou uma expansão recorde no setor em 2022 com 60 inaugurações e 16 mil novos postos de trabalho e, para este ano, mantém um plano elevado de inaugurações, ainda relevante e superior à média do setor. A informação da notícia sobre a “venda de ativos” foi comunicada esta semana a investidores como parte de medidas estudadas pela Companhia e refere unicamente a um processo bastante comum no mercado chamado “Sale and Lease back” (SLB). Inclusive, o Assaí já realizou operações desse tipo no passado.

Trata-se de operação de caráter meramente imobiliário em que é feita a venda de imóveis próprios, passando a pagar aluguel sobre este mesmo imóvel. Dessa forma, o Assaí consegue capital para investimento e ampliação de negócios, se dedicando a sua atividade, que é a venda no comércio atacadista de produtos alimentares, não implicando em hipótese alguma no encerramento de de nossas lojas.

Essa não é ainda uma decisão e simplesmente foi informada como uma opção diante do aumento do custo do capital com a escalada dos juros básicos (Selic), o que tem feito não apenas o Assaí, mas diferentes empresas, avaliarem medidas para se preparar a um cenário de permanência ou elevação das taxas de juros atuais, sem prejuízo de suas atividades.

Independente disso, o Assaí reafirma seu compromisso com o país, seja por meio da abertura de lojas ou da geração ímpar de empregos.”

*Conteúdo atualizado

Diferente do que foi noticiado anteriormente, o Assaí não pretende fechar lojas. Na realidade, a rede estuda vender algumas lojas próprias para, em seguida, alugá-las. Esta seria uma forma de arrecadar dinheiro. Contudo, a possibilidade ainda está no campo de estudos. 




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