Uma consultoria automotiva divulgou dados que desanimam qualquer brasileiro que sonha em comprar um automóvel zero quilômetro. Segundo a Jato Dynamics, o preço médio do carro novo no Brasil aumentou cerca de 90% nos últimos cinco anos.
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Em 2018, o consumidor gastava em média R$ 74.313,90 para tirar um automóvel da concessionária. Hoje, o valor médio necessário é de R$ 140.319,73.
A alta registrada nos últimos anos é resultado de uma série de fatores, entre eles a falta de componentes e semicondutores durante a pandemia, a instabilidade na cadeia produtiva e a disparada do dólar desde 2020. Outro motivo é o avanço da inflação, que aumentou os custos de produção e elevou os preços para o consumidor.
A pesquisa mostra que o preço médio do carro novo em 2019 era de R$ 76.430,59. Apenas um ano depois, em 2020, ele passou para R$ 86.385,63. O avanço foi ainda maior em 2021, quando chegou a R$ 111.938,31.
No ano passado, o brasileiro gastou em média R$ 130.851,12 para comprar um carro novo. Somente no primeiro trimestre deste ano, os preços tiveram alta de 7%, o que mostra que a tendência de aumento deve continuar.
Carro popular?
Especialistas já indicam que o conceito de “carro popular” deixou de existir no Brasil. O automóvel mais barato do mercado hoje é o Renault Kwid, que custa R$ 66.590, ou 50,45 salários mínimos.
Há cinco anos, o veículo mais em conta era o Chery QQ, que custava R$ 26.690, ou 30,40 salários mínimos. Na época, o piso nacional era de R$ 954.
Somando a alta dos preços e os juros elevados com a crise do crédito e a perda da renda da população, o cenário não está dos melhores para o setor. Na tentativa de aquecer o mercado, uma das possibilidades em análise é o retorno do carro de entrada, modelo mais barato e simples por tem menos acessórios.
Outras alternativas também estão sendo estudadas, como o uso do saldo do FGTS para compra de veículos novos e renovação da frota, e a volta do carro popular movido a etanol.