Minha Casa, Minha Vida: imóveis poderão custar até R$ 500 mil para atender classe média

Governo avalia ampliar o teto dos imóveis disponíveis financiáveis para incluir brasileiros com renda de até R$ 12 mil.



O governo federal estuda ampliar o valor máximo dos imóveis do Minha Casa, Minha Vida para incluir mais gente no programa de financiamento habitacional. Conforme declaração do presidente Lula (PT), será possível financiar propriedades de até R$ 500 mil.

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A ideia ao aumentar o teto é incluir famílias com renda de R$ 10 mil a R$ 12 mil, consideradas de classe média. Atualmente, a iniciativa beneficia apenas quem ganha até R$ 8 mil por mês.

O programa é uma das principais apostas de Lula em seu terceiro mandato, especialmente por ter sido uma de suas maiores marcas durante os primeiros dois governos.

Cenários possíveis

O Ministério das Cidades deve iniciar em breve os cálculos para desenhar a proposta de ampliação do Minha Casa, Minha Vida. Membros da pasta responsável pelo programa, entretanto, sinalizam que tudo depende da capacidade de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), já que os saldos das contas vinculadas são usados no pagamento do imóvel.

Considerando um cenário otimista, o fundo teria recursos suficientes para aumentar o valor máximo da propriedade para cerca de R$ 600 mil. Contudo, a mudança pode impedir que o limite de renda para financiamento alcance o valor prometido por Lula.

Teto de R$ 350 mil

O MCMV foi relançado em fevereiro deste ano e já aumentou a renda permitida para financiar imóveis. Hoje, os brasileiros que vivem em áreas urbanas e querem participar do programa podem ter renda bruta mensal entre R$ 2.640 e R$ 8 mil.

Lula também quer ampliar o valor máximo do imóvel para essas faixas, alcançado o teto de R$ 350 mil. A ideia é aumentar o limite atual de R$ 264 mil e acabar com as diferenças regionais existentes, mas a proposta ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Curador do FGTS.

Se tudo correr como espera o governo, o novo teto de R$ 350 mil ficará compatível com a faixa de renda mais alta do programa, de R$ 4.400,01 a R$ 8.000. O reajuste também é uma demanda do setor de construção civil, que reclama do aumento dos custos.

Impacto na faixa 1

Uma opção possível, segundo pessoas ligadas à discussão, é aumentar o teto do imóvel temporariamente, pelo menos até a queda da taxa básica de juros. A Selic alta encarece os juros do financiamento, especialmente para a classe média.

Além disso, o Ministério das Cidades se preocupa com o impacto da demanda da classe média nos financiamentos para pessoas mais pobres. O motivo é que uma das ideias da pasta é ampliar os subsídios oferecidos às famílias de baixa renda para zerar o valor da entrada de imóveis para a faixa 1 do programa.

A entrada costuma custar cerca de 20% do preço do imóvel para essa faixa, que atende os mais pobres. O governo acredita que esse valor restringe o acesso dessas pessoas aos financiamentos.




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