Os ambientes que ocupamos influenciam diretamente nas nossas emoções e nos nossos comportamentos. A sensação que temos ao adentrar em um hospital é diferente de quando entramos em um spa, por exemplo.
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Segundo a neuroarquitetura, existem fatores da arquitetura e decoração que afetam a saúde física e mental dos ocupantes.
Dessa forma, a Academia Brasileira de Neurociência e Arquitetura (NEUROARQ Academy) apresentou sete componentes que unem estética e bem-estar em um espaço: biofilia, cor, forma, som, aroma, iluminação e personalização.
Cada um deles possui características e efeitos específicos no processo de interação entre lugares e pessoas. Vamos conhecer?
1. Biofilia
Do grego antigo, a biofilia é traduzida como “amor às coisas vivas” e sugere que os humanos possuem uma tendência de buscar conexões com a natureza e outras formas de vida.
A maneira mais simples de implantar esse modelo em casa é aos poucos, começando com uma planta e, depois, aumentando a coleção. Os benefícios da presença de elementos naturais no ambiente são vários, desde a sensação de calma e produtividade, até mesmo a estimulação do aprendizado e da criatividade.
2. Cores fazem parte da decoração do bem-estar
Além de nos transmitir mensagens, as cores influenciam nosso comportamento, nossa percepção e consciência. Explorá-las da maneira correta pode despertar diferentes emoções e sensações nos ocupantes.
De acordo com o livro A Psicologia das Cores, o branco, por exemplo, transmite novidade, inocência e verdade. Além disso, é comumente utilizado no design minimalista e realça as formas do ambiente.
Já o azul traz simpatia, harmonia e confiança. É relacionado a espaços de descanso e relaxamento devido ao seu efeito calmante.
3. Forma, estética e beleza
O terceiro fator é, na verdade, a união de três: forma, estética e beleza. Uma forma bem planejada pode proporcionar um ambiente funcional e agradável, facilitando a circulação, a organização e o uso eficiente do espaço. Por exemplo, um layout aberto em uma casa pode criar uma sensação de amplitude e fluidez.
Quando um espaço é considerado esteticamente agradável e belo, isso pode evocar sentimentos de prazer, serenidade e até mesmo aumentar nossa criatividade e inspiração.
4. Decoração e bem-estar: Som
O que você escolheria: acordar ao lado de uma cachoeira ou de um prédio em construção? Os sons de um ambiente podem afetar nossos comportamentos e sensações, além de apoiar ou interromper atividades específicas.
5. Aromas
Os cheiros têm uma influência poderosa em nossas vidas. A capacidade dos aromas de despertar memórias antigas e evocar diferentes estados de espírito tem sido reconhecida há muito tempo e é explorada em várias práticas, como a aromaterapia.
Os efeitos dos aromas é individual. Cada pessoa pode ter suas próprias associações pessoais com determinados cheiros.
De acordo com cada cheiro, o cérebro passa diferentes estímulos para o corpo. Eles podem despertar sentimentos de nostalgia e alegria, enquanto outros podem ter propriedades relaxantes ou estimulantes.
O de jasmim, por exemplo, ajuda a aliviar a ansiedade, irritabilidade, o nervosismo e o cansaço. É ideal para quem tem um longo dia de trabalho.
6. Iluminação
A iluminação tem impacto direto no funcionamento do corpo humano. Ela influencia no ciclo circadiano – o famoso relógio biológico -, ritmo natural do corpo durante as 24 horas do dia que regula as atividades e os processos do organismo.
Durante o dia, a iluminação faz com que o corpo fique alerta, enquanto à noite, auxilia o corpo a relaxar. Como a luz natural varia de acordo com o horário, a iluminação artificial é uma ferramenta para auxiliar a controlar nosso organismo a manter-se saudável.
Luzes quentes são capazes de estimular a produção de melatonina, o hormônio do sono, e tornar o ambiente mais aconchegante e relaxante. Já a luz azul está associada à produção de cortisol, liberado em situações de estresse, e pode afetar o humor e o sono.
7. Personalização
De nada adianta seguir regras de design e decoração se o ambiente não está adaptado para atender às suas necessidades específicas. A dica é unir funcionalidade com os fatores citados ao longo do texto, resultando em espaços inclusivos e saudáveis.