Os servidores administrativos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) podem receber bônus de até R$ 4.500 para ajudar a destravar a fila de aposentadorias e outros benefícios, hoje com 1,79 milhão de segurados à espera. As informações são da Folha de S.Paulo.
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O valor pago pelo Ministério da Previdência Social será de R$ 68 por ponto de tarefa concluída, sendo possível acumular até 67 pontos. Já os peritos médicos, que hoje ganham R$ 61,72 de bonificação, podem receber até R$ 75.
Os detalhes como valores e número máximo de tarefas serão regulamentados posteriormente via medida provisória. Entretanto, segundo a ANMP (Associação Nacional dos Médicos Peritos), os peritos médicos podem se recusar a participar do programa dependendo das condições de pagamento definidas pela pasta.
A fila de espera de aposentadorias, pensões, auxílios e BPC (Benefício de Prestação Continuada) é o foco de muitas críticas no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A espera gerada neste mês teve como um dos motivos a troca do presidente do INSS.
Atualmente, os pedidos estão distribuídos da seguinte maneira:
- Perícia médica: 596.699;
- Benefício assistencial à pessoa com deficiência: 437.077
- Aposentadoria por idade: 222.771
- Aposentadoria por tempo de contribuição: 134.399
- Pensão por morte: 122.683
- Salário-maternidade: 115.066
- Auxílio por incapacidade temporária (avaliação administrativa): 78.906
- BPC (Benefício de Prestação Continuada): 74.517
- Auxílio-reclusão: 7.937
- Outros benefícios: 4.394
Busca por soluções
Na semana passada, Lula afirmou que o se reuniria com representantes do Ministério da Previdência e do INSS para discutir a espera. Segundo ele, o encontro serviria “para descobrir qual é o problema que está acontecendo para termos uma fila por volta de 1,9 milhão de pessoas.”
“Eu quero saber se a fila é porque não tem dinheiro para pagar os aposentados, por isso que demora. O Bolsonaro fez isso no governo passado. Eu quero saber se é falta de funcionário.”
“Não há nenhuma explicação, a não ser ‘eu não posso aposentar porque não tem dinheiro para pagar’. Se for isso, tem que ser muito verdadeiro com o povo e dizer o porquê que tem essa fila. Se é falta de funcionário, a gente tem que contratar funcionário. Se é falta de competência, a gente tem que trocar quem não tem competência”, completou o presidente.
Para Pedro Luis Totti, presidente do SINSSP (Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo), a fila é “um problema crônico”, herdado da gestão passada, quando faltaram investimentos na estrutura do INSS.
“O que está acontecendo é que a maioria deles [servidores públicos] está analisando os processos de casa, com os seus equipamentos e internet, sem nenhum tipo de ajuda de custo. Essa foi a aposta do governo passado, que também abandonou as agências. São mais de 1.600 agências pelo país funcionando de forma bastante ociosa”, avaliou.
