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Origem da tentação: por que nosso paladar ama gordura e açúcar?

Afinal, o que acontece em nosso cérebro quando somos tentados por aquelas comidas saborosas, repletas de gordura e açúcar?



Engordar, emagrecer, engordar novamente… Um ciclo vicioso que muitas pessoas conhecem bem, mas que agora ganha uma explicação científica que chama atenção. Afinal, o que acontece no nosso cérebro quando somos tentados por aquelas comidas saborosas, ricas em gordura e açúcar, que parecem ser a perdição de qualquer dieta?

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Imagine só: a abundância desses alimentos deliciosos permitiu que vivêssemos mais, mas, ao mesmo tempo, trouxe consigo uma epidemia de doenças ligadas à obesidade. É como se a tentação estivesse em cada esquina, testando nossa força de vontade e a resiliência dos sistemas de saúde.

Relação entre hipotálamo e o consumo de dietas ricas em gordura

A resposta para esse círculo vicioso pode estar em uma região do nosso cérebro chamada hipotálamo, responsável por regular nosso equilíbrio de energia e controlar a sensação de fome. E é aí que entra o estudo liderado por Michiru Hirasawa, da Memorial University of Newfoundland, no Canadá. Eles mergulharam no mundo da relação entre a inflamação do hipotálamo e o consumo de dietas ricas em gordura.

Quando nos deparamos com essas delícias tentadoras, a inflamação do hipotálamo entra em ação e aumenta nosso apetite de forma descontrolada. É como se nosso cérebro pedisse “mais e mais”, mesmo que já tenhamos comido o suficiente. Porém, os cientistas também notaram algo curioso: essa inflamação pode levar tanto ao ganho excessivo de peso quanto à perda extrema dele, como em casos de anorexia.

Apetite incontrolável

Descobriram que a molécula chamada prostaglandina E2 (PGE2) tem um papel fundamental nesse processo. Ela ativa um hormônio no hipotálamo que nos faz sentir fome, e o resultado é um apetite incontrolável. Mas aqui está o paradoxo: quando a PGE2 está em alta concentração e causa inflamação intensa, ela suprime o apetite. Ou seja, há um equilíbrio delicado entre a saciedade e o desejo de comer mais e mais.

Ao modificar geneticamente camundongos no estudo, os pesquisadores eliminaram os receptores para a prostaglandina nos neurônios do hipotálamo, e os resultados foram surpreendentes. Os animais ficaram protegidos contra a obesidade e os problemas de fígado gorduroso causados pela dieta rica em gordura.

Mas antes de comemorar a possível solução milagrosa para os nossos problemas de peso, é importante lembrar que a inflamação também tem funções essenciais no nosso organismo, como cicatrizar feridas e combater infecções. Por isso, qualquer tratamento anti-inflamatório precisa ser cuidadosamente avaliado para evitar efeitos colaterais indesejados.

E, então, a pergunta que fica é: será que esse estudo pode nos levar a novos tratamentos para combater a obesidade? A resposta é promissora, e as descobertas de Hirasawa e sua equipe podem, um dia, revolucionar a forma como lidamos com os desafios da balança.




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