Enquanto envelhecer é frequentemente temido e associado à decadência, Maurice Chevalier, um ícone da cultura francesa do século XX, desafiou essa narrativa, argumentando contra a estigmatização da passagem do tempo.
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De acordo com recentes avanços científicos, Chevalier estava correto: a idade pode de fato ser uma bênção disfarçada.
O enigma da meia-idade e a ascensão da felicidade tardia
Todos nós aspiramos a uma vida plena e satisfatória. Mas o que a ciência tem a dizer sobre quando realmente atingimos o pico da felicidade?
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Warwick, no Reino Unido, pode oferecer uma resposta surpreendente. O estudo, que analisou a vida de mais de 10 mil cidadãos americanos e britânicos, revelou um padrão inesperado.
Eles descobriram que, apesar das adversidades físicas que podem vir com a idade, muitos se sentem mais contentes à medida que envelhecem.
A justificativa? “Inferimos que isso pode ser devido ao fato de que os idosos têm melhores habilidades para lidar com as dificuldades ou circunstâncias negativas da vida em comparação com pessoas mais jovens“, conclui o estudo.
A curva da vida: da infância à terceira idade
Ao analisar mais de perto o fenômeno da felicidade, os pesquisadores se depararam com um padrão que se assemelha à letra “U”.
Isso indica picos de alegria e contentamento durante os anos iniciais e tardios da vida, mas uma queda considerável durante a meia-idade. Essa fase é frequentemente associada a uma sensação de desilusão e questionamento.
Gail Sheehy, autora do aclamado “Passagens”, observa que durante esse período, muitos enfrentam uma crise relacionada ao envelhecimento e à percepção do tempo que lhes resta para realizar seus sonhos.
Além da crise da meia-idade: em direção a um pico de bem-estar
No entanto, essa fase transitória não é eterna. Ao superar as adversidades da meia-idade, muitos entram em uma fase de reavaliação e redescoberta.
Segundo o estudo, por volta dos 50 anos, muitos começam a colher os frutos de décadas de trabalho e experiência, enquanto ainda desfrutam de boa saúde. Esse ressurgimento da felicidade pode ser atribuído a vários fatores.
Como o psiquiatra John Weinmann, do King’s College London, afirma, “a felicidade não apenas faz as pessoas se sentirem alegres. Ela também as torna mais saudáveis.”