Ah, o aconchego do trabalho em casa! Quem não se acostumou com a ideia de trocar o terno e a gravata por um pijama e a mesa do escritório pela confortável sala de estar?
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Com a chegada da pandemia e a necessidade de distanciamento social, o “anywhere office” virou a norma para muitos. Mas, com o avanço da vacinação e a retomada gradual das atividades, será que o reinado do home office está com os dias contados?
A primeira vista, muitos diriam que sim. Uma pesquisa recente realizada pelo LinkedIn’s Economic Graph revelou uma redução considerável nas vagas que oferecem trabalho remoto.
No Brasil, caiu de 39% em 2022 para 25% em 2023. Nos EUA, essa queda foi ainda mais acentuada, passando de 18% para 9%.
Mas o que estaria por trás desse declínio?
Grandes empresas de tecnologia, conhecidas como “Big Techs”, começaram a exigir o retorno dos funcionários ao escritório, ainda que em formato parcial.
Lembra-se da declaração polêmica de Andy Jassy, CEO da Amazon? Ele pressionou: “Já passou da hora de discordar e se comprometer. E, se não pode fazer isso, provavelmente a Amazon não vai dar certo para você“.
Uma das maiores razões por trás desse movimento de retorno tem a ver com a produtividade. Durante a pandemia, era comum vermos profissionais sobrecarregados, trabalhando por horas a fio.
Como aponta Ricardo Basaglia, CEO do PageGroup Brasil, muitos confundiram essa sobrecarga com produtividade real. “As pessoas trabalhavam 14 horas por dia, e esse excesso de trabalho era visto como produtividade“, diz ele, ressaltando ainda o impacto dessa jornada estendida na saúde mental dos trabalhadores.
Entretanto, o retorno abrupto ao escritório tem gerado um descontentamento em muitos profissionais. Uma pesquisa da Infojobs e Grupo Top RH revelou que mais de 85% dos trabalhadores considerariam mudar de emprego se pudessem trabalhar mais dias em casa.
Então, qual é a solução?
Anna Cherubina, especialista em gestão de pessoas, sugere flexibilidade. O modelo híbrido, que combina trabalho remoto e presencial, surge como uma opção promissora. De fato, pesquisas indicam que a produtividade nesse formato pode ser tão boa ou até superior à do trabalho totalmente presencial.