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Adeus, cervejinha de domingo! Sabor da bebida pode mudar até 2050

Entenda como a mudança climática pode alterar o sabor de uma das bebidas favoritas do brasileiro.



Nem aquela cervejinha de final de semana escapa das mudanças climáticas. Isso porque, segundo estudo publicado na revista científica “Nature Communications” os efeitos negativos das mudanças climáticas podem afetar diretamente a produção de lúpulo. Na prática, o insumo é responsável pelo amargor característico da bebida e, a sua ausência ou diminuição no processo de produção de cerveja, pode alterar o sabor drasticamente.

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Esse alerta ocorre porque com as mudanças climáticas, a produção de lúpulo vem caindo de forma expressiva. Desta forma, o aumento da temperatura, assim como chuvas abaixo da média, devem piorar o problema.

Plantação

Vale ressaltar que o bom desenvolvimento do lúpulo se baseia numa combinação específica de clima e solo. Ou seja, alterações climáticas drásticas comprometem a qualidade das flores da planta, alterando, por exemplo, o teor de alfa-ácido. Esse composto químico, presente nas resinas das flores, é que traz o amargor para as cervejas.

Diante deste cenário, pesquisadores da Universidade de Ciências da Vida de Praga analisaram dados dos países responsáveis por 90% da produção de lúpulo na Europa (Alemanha, Eslováquia e República Tcheca). Os resultados não são nada animadores. Isso porque, se houver uma manutenção do quadro atual, a produtividade geral da planta deve cair entre 4,1% e 18,4%2 até 2050.

Além disso, a produção de alfa-ácidos poderá sofrer uma queda de até 39,5%. Assim, os pesquisadores apontam que a substância pode perder até 30% de sua intensidade.

Brasil

Essa diminuição na produção de lúpulo no exterior também afeta o Brasil. Isso porque, hoje o país importa especialmente da Alemanha e dos Estados Unidos praticamente todo o lúpulo utilizado na fabricação nacional de cerveja.

Em suma, com a piora da qualidade do lúpulo e diminuição do volume de colheita por questões climáticas, será necessário aumentar em 20% a área de cultivo da planta na Europa para suprir a demanda já existente. Como forma de solucionar o futuro problema, os pesquisadores apontam a necessidade de utilização de plantas geneticamente modificadas. Outra solução é o deslocamento de lavouras e construção de áreas protegidas.

Caso esse caminho não seja trilhado, os cervejeiros precisarão se adaptar ao sabor de um novo produto.




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