Enviar preço apenas por ‘inbox’: pode ou não? Veja se isso é caso de Procon

Especialistas alertam sobre as consequências de omitir preços ao anunciar produtos nas redes sociais e orientam empreendedores a seguir as diretrizes do Código de Defesa do Consumidor para evitar penalidades.



As redes sociais se tornaram uma verdadeira aliada para os empreendedores, sendo usada como uma das mais poderosas ferramentas de divulgação. No entanto, muitos deles optam por omitir o preço em suas postagens.

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Essa prática, largamente usada por muitos, pode parecer uma estratégia conveniente, mas será que essa prática é realmente legal?

De acordo com especialistas consultados pela Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios (PEGN), essa estratégia pode acarretar problemas legais para as empresas.

O que diz a lei

O Código de Defesa do Consumidor (CDC), mesmo sem uma legislação específica para redes sociais, abrange essa questão.

O Artigo 6, inciso III, do CDC garante ao consumidor o direito à “informação adequada e clara sobre diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, além dos riscos que apresentem”.

Leonardo Peres Leite, do escritório MV Costa Advogados, destaca que o consumidor tem o direito de receber informações precisas sobre o produto, incluindo o preço, e que essa informação deve ser divulgada no anúncio.

Lucas Marcon, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), reforça que essas regras aplicam-se a todos os meios de venda, incluindo as redes sociais.

Diante desse cenário, a orientação dos advogados é clara: a melhor abordagem é ser transparente. Independentemente do canal de venda, as informações sobre o produto, especialmente o preço, devem estar disponíveis para o consumidor sem ambiguidades. Essa regra, no entanto, não se aplica a vendas pessoais de itens usados.

Caso um consumidor se sinta prejudicado pela falta de informações sobre preços, a recomendação é procurar o Procon e registrar uma reclamação. Lucas Marcon explica que embora o Procon não realize fiscalização ativa nas redes sociais, ao receber a queixa, pode advertir a empresa e solicitar uma solução para a questão.

Se a empresa persistir em não cumprir as diretrizes, poderá enfrentar um processo administrativo que, por sua vez, pode resultar em multa. O valor da penalidade dependerá de fatores como o faturamento da empresa e a reincidência do caso.

Assim, a melhor saída para evitar complicações legais e possíveis penalidades é seguir as orientações do CDC, garantindo que todos os detalhes dos produtos, especialmente os preços, estejam visíveis e claros para os consumidores, independentemente do canal de venda escolhido.




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