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Tomar café antes de ir às compras pode arruinar suas finanças, alertam psicólogos

Especialistas de uma universidade norte-americana explicam por que esse hábito pode sair caro.



Brasileiros têm na xícara de café diária um tipo de ritual sagrado. Seja logo pela manhã, após o almoço ou no meio da tarde, a bebida é vista como um ingrediente que não apenas desperta, mas revigora.

No entanto, um estudo recente revelou que o consumo de café antes de ir às compras pode influenciar negativamente suas decisões financeiras. De acordo com especialistas, a cafeína pode impulsionar o consumismo, levando você a gastar mais do que o planejado.

Claro que o tema não é tão simples, mas pode ser entendido a fim de criar um alerta em seus hábitos diários.

Café e comportamento do consumidor, segundo a ciência

A cafeína é o estimulante mais popular do mundo, presente não só no café, mas também em chás, refrigerantes e bebidas energéticas.

De acordo com um estudo realizado em 2022 por pesquisadores da Universidade da Flórida e publicado também no jornal O Globo, a ingestão de cafeína antes de fazer compras pode ser perigosa.

O perigo não se concentra na saúde neste caso, mas sim para o bolso. Isso porque ela pode aumentar significativamente a propensão a comprar por impulso.

A pesquisa mostrou que indivíduos que consumiram café antes de entrar em lojas gastaram até 50% a mais do que aqueles que optaram por café descafeinado ou água.

Foto: PitukTV/Shutterstock

Como o estudo chegou a essa conclusão?

O experimento envolveu a instalação de máquinas de café expresso em três lojas diferentes: duas na França, uma de varejo e outra especializada em artigos para o lar, e uma terceira loja de departamento na Espanha. Aproximadamente 300 clientes foram convidados a consumir uma xícara de café de cortesia com 100 mg de cafeína.

Outros participantes receberam café descafeinado ou água. Ao final das compras, os clientes compartilharam seus recibos com os pesquisadores, que analisaram os padrões de consumo.

E os resultados foram surpreendentes. Os compradores que consumiram café com cafeína gastaram não só 50% a mais, mas também adquiriram 30% mais itens do que aqueles que consumiram bebidas descafeinadas ou água.

Além disso, a cafeína influenciou o tipo de produto comprado. Aqueles que consumiram cafeína optaram por itens não essenciais, como velas perfumadas e fragrâncias, em vez de produtos práticos ou necessários.

Esses dados sugerem que a cafeína não apenas aumenta a impulsividade, mas também diminui o autocontrole durante as compras.

Experimentos adicionais também confirmam a teoria

Para garantir que os resultados não fossem específicos ao ambiente físico das lojas, os pesquisadores conduziram um quarto experimento em laboratório.

Eles dividiram 200 estudantes de administração em dois grupos: um que consumiu café com cafeína e outro que bebeu café descafeinado.

Em seguida, os participantes foram convidados a escolher itens de uma lista com 66 opções. O padrão se repetiu: aqueles que consumiram cafeína foram mais impulsivos e escolheram mais itens não essenciais, como um massageador, enquanto o grupo que consumiu café descafeinado optou por itens práticos, como cadernos e canetas.

A explicação para esse comportamento pode estar na maneira como o café age no cérebro. A substância é conhecida por liberar dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à excitação.

Quando os níveis de dopamina aumentam, o corpo entra em um estado de maior energia, o que pode levar a decisões mais impulsivas e menos racionais.

Segundo Dipayan Biswas, um dos pesquisadores envolvidos no estudo:

“A cafeína, como um poderoso estimulante, aumenta a impulsividade e reduz o autocontrole, criando um terreno fértil para o consumo exagerado.”




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