A tecnologia avança em ritmo acelerado, mas algumas invenções do passado ainda fascinam e carregam um valor histórico inestimável. É o caso da Writing Ball, a primeira máquina de escrever comercialmente produzida no mundo.
Criada no século XIX, a peça será leiloada na Alemanha, e os lances podem chegar a impressionantes 100 mil euros (cerca de R$ 627 mil).
A Writing Ball foi projetada pelo dinamarquês Rasmus Malling-Hansen em 1865 e patenteada cinco anos depois. Seu design inovador, que lembra uma esfera, facilitava a escrita rápida, distribuindo as vogais para os dedos da mão esquerda e as consoantes para os da mão direita.
Apesar da engenhosidade, poucas unidades foram fabricadas. Dos 180 exemplares produzidos, acredita-se que apenas 35 tenham sobrevivido, a maioria em museus e coleções particulares.
Um pedaço da história à venda

O modelo que será leiloado está em excelente estado de conservação, segundo os organizadores do evento. A peça conta com um hemisfério de 54 barras de tipos alfanuméricos, mola de carregamento e uma estrutura que permitia uma escrita mais eficiente do que a dos manuscritos.
Seu funcionamento inovador conquistou um dos maiores filósofos da história. Friedrich Nietzsche, conhecido por obras como “Assim Falou Zaratustra”, utilizou uma Writing Ball e celebrou sua chegada em uma carta à irmã, em 1882: “Viva! A máquina chegou à minha casa!”.
No entanto, o entusiasmo durou pouco, uma vez que a máquina acabou danificada durante uma viagem à Itália, frustrando o pensador.
Máquina de escrever ainda tem espaço no mundo digital?
Apesar de parecer uma peça de museu, a máquina de escrever não desapareceu por completo. Algumas profissões e setores ainda fazem uso dela, seja por necessidade ou tradição.
No Brasil, por exemplo, cartórios e órgãos públicos mantêm algumas unidades para a autenticação de documentos.
Além disso, escritores e jornalistas nostálgicos ainda recorrem às teclas metálicas para buscar inspiração sem distrações tecnológicas.
Com o leilão da Writing Ball, a história da máquina de escrever ganha mais um capítulo, relembrando a importância desse equipamento que, por décadas, foi essencial para a comunicação e a produção de textos.
Mesmo em uma era dominada por telas sensíveis ao toque, há quem ainda admire o som das teclas mecânicas e a permanência das palavras impressas no papel.