A prática de exercícios físicos regulares é, sem dúvida, uma das melhores estratégias para proteger o coração e aumentar a expectativa de vida.
No entanto, quando realizada sem o preparo adequado ou acompanhamento profissional, pode representar um risco sério, especialmente para pessoas sedentárias que decidem iniciar atividades intensas de forma abrupta.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares ainda lideram as estatísticas de mortalidade global, sendo responsáveis por quase 18 milhões de mortes por ano.
No Brasil, o cenário é igualmente preocupante: mais de 383 mil óbitos em 2022 foram atribuídos a problemas cardíacos, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde.
E, ao contrário do que muitos pensam, o exercício físico mal orientado pode ser um gatilho para eventos cardíacos graves, especialmente em adultos com histórico de sedentarismo ou doenças crônicas silenciosas.
Um estudo publicado na revista Circulation mostrou que mais de 90% dos casos de morte súbita durante a prática esportiva envolvem pessoas inativas que iniciam treinos sem avaliação médica.
7 sintomas que podem Indicar risco cardíaco ao se exercitar
Atenção aos sintomas é fundamental para evitar complicações (Foto: iStock)
Por isso, é fundamental conhecer os principais sinais de risco cardíaco durante o exercício físico. Ignorar esses sintomas pode custar caro, mas saber reconhecê-los pode salvar sua vida.
1. Desconforto no peito
Nem sempre o infarto começa com dor intensa. Muitas vezes, a sensação é de peso, pressão ou queimação no centro do tórax, podendo irradiar para os braços, mandíbula ou costas. Se surgir durante o exercício, pare imediatamente e procure ajuda médica.
2. Falta de ar súbita e fora do comum
A dispneia é esperada em treinos intensos, mas se for precoce, exagerada ou acompanhada de dor torácica, pode indicar sobrecarga cardiovascular.
Fique atento, principalmente se você tem mais de 40 anos ou fatores de risco como obesidade ou diabetes.
3. Tontura ou sensação de desmaio
Sentir tontura durante o treino pode ser um sinal de queda de pressão, hipoglicemia ou, em casos mais graves, arritmia cardíaca. A perda súbita de consciência está entre os sinais mais perigosos e exige investigação imediata.
4. Palpitações ou batimentos irregulares
Se o coração parecer “pular batidas” ou bater rápido de forma irregular, especialmente em repouso pós-exercício, procure avaliação médica.
A fibrilação atrial, uma arritmia comum e silenciosa, pode aumentar drasticamente o risco de AVC e morte súbita.
5. Desconforto em regiões atípicas
Dor nos ombros, mandíbula, pescoço, estômago ou costas pode ser um sinal “atípico” de infarto, especialmente em mulheres. Esses sintomas são frequentemente negligenciados, resultando em diagnósticos tardios e prognósticos piores.
6. Sudorese fria e náuseas
Transpirar durante o exercício é normal. Mas se vier acompanhada de náusea, pele fria e pálida ou sensação de desfalecimento, pode ser um forte indicativo de isquemia cardíaca iminente.
7. Fadiga extrema fora do padrão
Sentir-se muito cansado, mesmo com esforço leve, é um dos sinais de risco mais subestimados. Em mulheres, é sintoma precoce de infarto em cerca de 70% dos casos. A exaustão incomum não deve ser ignorada.
Quais atividades físicas oferecem mais risco cardíaco?
Modalidades populares como futebol, basquete e corrida estão entre as que concentram mais casos de morte súbita associada ao exercício.
Isso ocorre porque, muitas vezes, são praticadas por pessoas mal preparadas fisicamente ou com doenças cardíacas não diagnosticadas.
Como se prevenir antes de iniciar um programa de exercícios físicos?
Antes de começar a treinar, principalmente se você estiver acima dos 40 anos ou tiver histórico de sedentarismo, é essencial realizar uma avaliação médica completa, que pode incluir:
- Eletrocardiograma (ECG);
- Ecocardiograma;
- Teste ergométrico (ou ergoespirométrico);
- Análise do histórico familiar.
- Contar com o apoio de um educador físico qualificado também reduz os riscos nas primeiras semanas — período mais vulnerável para eventos cardiovasculares.
Exercício faz mal para o coração?
Não! Pelo contrário: é uma das melhores formas de prevenir doenças cardíacas, controlar o peso e melhorar a qualidade de vida.
No entanto, deve ser praticado com responsabilidade, planejamento e orientação adequada. Quando mal orientado, pode ser tão perigoso quanto o próprio sedentarismo.
Por isso, cuide do seu corpo, respeite seus limites e esteja atento aos sinais que o coração dá. A prevenção é sempre o melhor caminho para alcançar saúde e longevidade com segurança.
