Os maiores bancos do país anunciaram facilidade na prorrogação do pagamentos de dívidas, por até 60 dias. A garantia é para pessoas físicas e também para pequenas e médias empresas, que tiverem problemas advindo da pandemia global do coronavírus.
A medida será aplicada pelo Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil (BB) e Caixa Econômica Federal (CEF). O objetivo das instituições é garantir liquidez em um momento de crise sanitária e, possivelmente, econômica.
Prorrogação de dívidas
A prorrogação das dívidas será oferecida, em especial, para clientes que tenham pagamentos limitados aos valores já utilizados.
“Os bancos estão engajados em continuar colaborando com o país com medidas de estímulo à economia”, disse a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), por meio de nota à imprensa.
As facilidades entram em vigor em um momento de preocupação mundial provocada pela contaminação do novo coronavírus. E estão focadas em amenizar os efeitos negativos da pandemia, tanto no emprego quanto na renda.
A Febraban acrescentou, ainda em nota, que os bancos “entendem que se trata de um choque profundo, mas de natureza essencialmente transitória”.
Ainda segundo o documento, a rede bancária e seus respectivos canais de atendimento estarão à disposição do público. Também ficarão de prontidão para garantir apoio a todos que estejam enfrentando dificuldades momentâneas em decorrência do atual contexto global.
Além dessa medida, bancos públicos estão comunicando seus clientes sobre a existência de linhas de crédito. O intuito é fornecer capital de giro para eventuais dificuldades.
Efeitos do coronavírus na economia
De acordo com o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, o governo identificou efeitos isolados advindo do avanço do novo coronavírus no Brasil.
“A partir da semana que vem, teremos um plantão de informações. Por enquanto, identificamos efeitos isolados em alguns setores da indústria e de serviços, mas no curto prazo o impacto maior é sobre os setores aéreo e de eventos”, disse Costa, em entrevista ao Estadão.
Devido à pandemia, bancos fizeram o corte de projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. O valor pode não passar de 1,5%. Segundo o Ministério da Economia, a estimativa foi de 2,4% para 2,1%.
O secretário também afirmou que o governo busca medidas pautadas na serenidade e o máximo de agilidade. Assim, irá manter contato com todas as associações, confederações e demais instituições responsáveis pelo setor produtivo no país.
“Estamos trabalhando em medidas que garantam o mínimo de impacto sobre nossa produção e emprego”, disse.
Medidas econômicas de enfrentamento
Nos dias 12 e 16 de março, o Ministério da Economia anunciou medidas de enfrentamento para garantir o amortecimento dos impactos do novo coronavírus no país.
O governo irá antecipar 50% do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS para o mês de abril. A medida irá garantir uma injeção de R$ 23 bilhões na economia. Também irá reduzir as taxas de juros de empréstimos consignados, em especial para o mesmo público.
Além disso, será garantida a isenção de tarifas advindas de importação para produtos médicos e hospitalares. Essas aquisições poderão ser feitas de maneira mais fácil, diante a alta burocracia enfrentada para ingresso no Brasil.
Confira também: Coronavírus inicia onda de recessão global; Governos tentam reduzir impacto