Oi (OIBR3) aposta em leilões e fibra óptica para recuperação judicial

Ações da empresa de telefonia Oi (OIBR3) avançaram 171% em 2020, ainda que no cenário de pandemia. Preço já chegou a R$ 0,45, na mínima do ano.



Nesta terça-feira, 8, as ações da Oi (OIBR3) registraram alta de 171%. Caso ainda pertencesse ao Ibovespa, essa seria a maior alta do índice. A Weg (WEGE3), segunda colocada, teve alta de 111% no ano, porém, a operadora de telefonia ainda se encontra em meio ao processo de Recuperação Judicial.

A Recuperação Judicial (RJ) é uma ação que possibilita com que a empresa possua prazos e condições especiais para permanecer atuante, ainda que em negociação de dívidas com credores. O intuito é prevenir da falência.

Após chegar a mínima do ano de R$ 0,45, na pandemia, a Oi tem atraído investidores e está entre as empresas mais desejadas da Bolsa. Isso em função do resultados apresentados recentemente e do noticiário otimista.

Porém, ainda paira a dúvida se a empresa conseguirá sair da RJ. Aqueles mais otimistas potencializam os leilões de ativos e a operação de fibra óptica residencial como a solução dos problemas.

Leilões de ativos Oi

Após a reformulação do plano de RJ da operadora de telefonia, a sua base passa a ser o leilão de ativos. Dele, devem ser provenientes o caixa para liquidar com os credores.

A Oi fragmentou o plano em cinco esferas para execução da tarefa, nas denominadas Unidades Produtivas Isoladas (UPIs): telefonia móvel; torres; infraestrutura (ou InfraCo); TV por assinatura; e data centers.

O leilão pioneiro das torres e data centers ocorreu em 26 de novembro e levantou R$ 1,4 bilhão. O segundo leilão, da operação móvel, será realizado na próxima segunda-feira, 14.

Os ativos móveis chegaram a despertar no meio do ano uma oferta superior ao valor mínimo estabelecido, de R$ 15 bilhões, da Highline, que faz parte da empresa global de investimentos Digital Colony. Porém, o consórcio constituído por Vivo (VIVT4), Tim (TIMS3) e Claro cobriu a proposta com oferta de R$ 16,5 bilhões.

Em 2021, a Oi deve promover o leilão para comercializar a unidade de TV por assinatura, tida com menor importância.

Nesta terça-feira, 8, o vice-presidente de Clientes do grupo Oi, Bernardo Winik, informou por meio de coletiva de imprensa que a companhia aguarda receber, entre janeiro e fevereiro, oferta referente ao percentual de 51% da InfraCo.

O leilão deve ser efetuado no primeiro trimestre de 2021, com finalização da operação no terceiro ou quarto trimestre. Winik relata que a companhia aguarda receber pelo menos R$ 9 bilhões pela venda do controle.

Fibra óptica Oi

A fibra óptica residencial da Oi é a operação com maior rendimento e prosperidade da companhia. O serviço sobressai a telefonia móvel, que tem recebido críticas rotineiras dos usuários.

De acordo com balanço do terceiro trimestre, a dívida da companhia está em R$ 26,9 bilhões. Contudo, mesmo que a operação móvel não tenha leilões acima do valor oferecido por Tim, Vivo e Claro (R$ 16,5 bilhões), e a InfraCo tenha o arremate por pelo menos R$ 9 bilhões, a instituição já arrecadaria o total de R$ 25,5 bilhões.

Com o acréscimo de R$ 1,4  bilhão assegurado no leilão do data center e da torre móvel, o caixa receberia aproximadamente R$ 27 bilhões. A quantia é básica para liquidar a dívida.

“A Oi tem um valor de mercado de cerca de R$ 14 bilhões. Com o potencial valor a ser levantado nos leilões, adicionado à forte performance no segmento de fibra, acreditamos que, mesmo após o pagamento da dívida, ainda tem muito valor a ser gerado para os acionistas”, afirma o analista de telecomunicações e tecnologia do Bradesco BBI, Fred Mendes.

“A Oi tem diversos problemas e desafios históricos, mas a execução do time atual tem sido acima das expectativas e ainda vemos diversas oportunidades no curto-médio prazo”, acrescenta.

Término da recuperação judicial?

O docente do Projeto os 10%, Fabrício Lodi, considera que a Oi pode acabar com as dívidas e finalizar o processo de Recuperação Judicial até 2021, por meio dos leilões. Dessa forma, tornará a se sustentar a partir de 2022 ou 2023.

“O avanço das cotações está atrelado aos leilões. Se eles acontecerem normalmente e não houver contestação judicial, o papel tem espaço para destravar valor e até meados do ano que vem pode até valer mais de R$ 3”, ressalta o professor.

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