Comprar gasolina da Petrobras está valendo mais a pena do que importar o combustível para as distribuidoras. O motivo é que a estatal está há 95 dias sem reajustar o preço do derivado de petróleo vendido em suas refinarias, defasagem que deixou seus valores mais vantajosos desde o dia 25 de abril.
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A última correção anunciada pela empresa foi de de 18,7% e começou a valer no dia 11 de março. O aumento veio duas semanas após a invasão russa à Ucrânia, conflito que segue pressionando o preço do petróleo.
O intervalo sem reajustes é o maior desde 2016, quando o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o então presidente da Petrobras, Pedro Parente, adotaram a política de paridade internacional dos preços. A informação é da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).
O primeiro reajuste baseado nas cotações internacionais ocorreu 166 dias após a adoção da política, em setembro de 2016. Desde então, a Petrobras nunca ficou mais de 58 dias sem corrigir seus preços.
Se a empresa decidir corrigir a diferença entre os valores praticados no Brasil e no mercado internacional, o litro da gasolina pode ficar cerca de R$ 0,82 mais caro.
Já o diesel, que está com cerca de 16% de defasagem, deve ser reajustado com mais urgência. Embora último aumento tenha ocorrido em maio, há risco de desabastecimento mundial, o que eleva a pressão por um novo aumento.