O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que autoriza a concessão de empréstimos consignados para beneficiários do Auxílio Brasil. A novidade animou muitos cidadãos que estão com as contas apertadas e precisam de um alívio financeiro.
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Apesar de parecer uma boa notícia, especialistas se preocupam com o grande risco que a nova opção de crédito traz. O temor é que essas famílias, que estão em situação de pobreza ou extrema pobreza, acabem se endividando.
O crédito consignado é uma modalidade em que o desconto da dívida é feito direto da folha de pagamento. De acordo com as regras aprovadas pelo governo, o beneficiário poderá comprometer até 40% do seu Auxílio Brasil com a dívida, sem considerar os benefícios complementares.
Juros preocupam
O documento assinado por Bolsonaro não define um teto para os juros cobrados pelas instituições financeiras que operam o consignado. Esse é o grande medo dos especialistas: taxas abusivas que transformem o débito em uma bola de neve.
No caso dos aposentados e pensionistas do INSS, por exemplo, os juros permitidos são de até 2,14% ao mês para empréstimos, e de até 3,06% ao mês para despesas com o cartão consignado. Para o Auxílio Brasil, alguns bancos já anunciam taxas de 78% ao ano.
Bolsonaro apela a banqueiros
Na última semana, Itaú, Bradesco e Santander informaram que não vão oferecer consignado para o Auxílio Brasil. A justificativa das instituições é justamente o risco de aumento à vulnerabilidade das famílias brasileiros.
Para tentar reverter a situação, Bolsonaro pediu aos banqueiros para que reduzam “o máximo possível” os juros. “Se vocês puderem reduzir o máximo possível, porque ainda estamos atravessando (…) estamos no final da turbulência. Para que todos nós possamos mostrar que cada vez mais o Brasil não é mais um país do futuro, é do presente”, disse o presidente.
A margem do consignado nunca chegou a um nível tão alto no país, assim como o endividamento da população nunca havia atingido o patamar atual.