Estados podem aumentar ICMS em até 4% a partir de 2023

Limitação da alíquota do tributo gerou perdas bilionárias na arrecadação dos estados e do Distrito Federal.



O presidente Jair Bolsonaro sancionou em junho um projeto que limitou o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado pelos estados. O documento criou um teto para o tributo sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações.

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A medida, criada para tentar baixar a inflação, gerou uma perda bilionária na arrecadação dos estados e do Distrito Federal. Para compensar os prejuízos e evitar impacto nos serviços públicos, a decisão terá que ser revertida.

Segundo o Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), o efeito negativo da decisão nos cofres públicos está na casa dos R$ 124 bilhões. Para recuperar o prejuízo, será necessário aumentar o ICMS em 4% a partir de 2023, de 17,5% para 21,5%.

O reajuste da alíquota do imposto deve gerar arrecadação de R$ 33,5 bilhões, de acordo com a Comsefaz.

Dezoito dos 20 estados que participaram da pesquisa tiveram queda de R$ 17 bilhões para R$ 10 bilhões na arrecadação com combustíveis, energia elétrica e comunicação. A energia elétrica hoje corresponde a 7% do ganho total com o ICMS, enquanto a comunicação responde por apenas 2%.

No campo dos combustíveis, a gasolina representa 6% da arrecadação, o etanol 0,7% e o diesel 5,6%. Somados, todos os demais produtos somam 3,4%.

Aumento na alíquota do ICMS por estado

Para repor as perdas geradas pela decisão do governo federal, confira em quantos por cento os estados teriam que elevar a alíquota do ICMS:

Estado ICMS hoje ICMS necessário Aumento na arrecadação com a mudança
Acre 17% 20% R$ 203 milhões
Ceará 18% 21,4% R$ 2,16 bilhões
Distrito Federal 18% 22,5% R$ 1,15 bilhão
Espírito Santo 17% 21,1% R$ 1,64 bilhão
Goiás 17% 24,2% R$ 5,32 bilhões
Mato Grosso do Sul 17% 20,7% R$ 1,20 bilhão
Mato Grosso 17% 20,2% R$ 1,10 bilhão
Pará 17% 21,5% R$ 1,99 bilhão
Paraíba 18% 23,6% R$ 1,05 bilhão
Pernambuco 18% 20,5% R$ 2,43 bilhões
Piauí 18% 24,1% R$ 779 milhões
Paraná 18% 23,5% R$ 4,92 bilhões
Rio Grande do Norte 18% 22,3% R$ 867 milhões
Roraima 17% 19,6% R$ 76 milhões
Rio Grande do Sul 17% 20,9% R$ 4,25 bilhões
Santa Catarina 17% 20,7% R$ 3,44 bilhões
Sergipe 18% 22,7% R$ 450 milhões
Tocantins 18% 22,8% R$ 499 milhões
Brasil 17,5% 21,5% R$ 33,5 bilhões 

Inflação

O resultado esperado com a medida foi atingido entre julho e setembro, quando o país teve três meses de deflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em outubro, o indicador voltou a subir, movimento que pode ganhar ainda mais força com a reversão do teto do ICMS.




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