Síndrome de pica: entenda transtorno de quem tem vontade incontrolável de comer coisas que não são comestíveis

Com o nome técnico de alotriofagia, a síndrome de pica traz o desejo de comer tijolos, sabão, terra e muito mais.



Não são tão raros os relatos de grávidas que surgem com desejos incontroláveis de comer coisas que não são comestíveis, como tijolo, sabão, terra e algodão. No entanto, essa questão de saúde, conhecida como alotriofagia ou síndrome de pica, não é exclusividade de gestantes e está ligada a questões nutricionais e psiquiátricas.

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A síndrome tem esse nome popular, segundo Adriana Bacelo, nutricionista e pesquisadora de longevidade saudável no laboratório de saúde digital da Fiocruz Ceará, por conta do passado pega-rabuda, também conhecido como pica pica, que come de tudo que vê pela frente.

Segundo o médico psiquiatra Saulo Ciasca, da Sanar, a doença é caracterizada por uma vontade “muito irresistível, muito forte, de comer coisas que não são comestíveis”. Na lista do médico estão desejos por lata, tinta de parede, madeira, prego, cabelo, unha, gelo, casta de ovo e até fezes.

No entanto, o fato da pessoa provar algo incomum ou até mesmo comer pontualmente não é o suficiente para o diagnóstico de alotriofagia. Para ser a síndrome de pica, o paciente deve ter o desejo compulsivo de objetos por mais de 30 dias, segundo Bacelo.

Quais as causas e o tratamento da síndrome de pica?

“Os primeiros relatos na literatura indicam um caso referente a uma gestante que ingeria terra”, diz a nutricionista. Além das grávidas, que popularmente são conhecidas pelo comportamento, a síndrome também está muito associada a questões nutricionais e psiquiátricas.

  • Deficiência nutricional: em geral, o mais comum é em pessoas com anemia ou deficiência de ferro.
  • Psiquiátrica: pessoas com esquizofrenia, transtorno obsessivo compulsivo ou até depressão.
  • Gestação: não é uma condição patológica, mas é comum que grávidas tenham vontades por coisas não comestíveis (a deficiência nutricional pode ser um sintoma secundário, inclusive).

O tratamento, portanto, deve ser multidisciplinar, segundo os especialistas, que foram ouvidos originalmente pelo G1. O acompanhamento pode envolver um clínico geral, pediatra ou geriatra acompanhado de um psicólogo, nutricionista e mesmo um psiquiatra.

“Não adianta eu fazer um ajuste na dieta e, eventualmente, até uma suplementação, porque precisa de apoio psicológico para pessoa entender o impacto, principalmente de casos de traumas, depressão”, avalia a nutricionista.




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